Estudo aponta para fator que aumenta em 31% o risco de demência

Os resultados também apontam que associação a um risco 15% maior de comprometimento cognitivo

Por Silvia Melo em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
19/11/2024 13:36 / Atualizado em 27/11/2024 17:22

Um novo estudo descobriu que a solidão persistente afeta o envelhecimento do cérebro e aumenta significativamente as chances de uma pessoa desenvolver demência.

O estudo, publicado em 9 de outubro na revista Nature Mental Health, monitorou autorrelatos de solidão e a saúde neurológica de mais de 600.000 pessoas no mundo todo.

A solidão aumentou em 31% o risco de demência por todas as causas, incluindo a doença de Alzheimerdemência vascular.

Os resultados também apontam que a solidão está associada a risco 15% maior de comprometimento cognitivo, um estágio que pode preceder o início da demência.

Solidão pode aumentar risco de demência em 31%
Solidão pode aumentar risco de demência em 31% - Neil Bussey/istock

Detalhes do estudo

A solidão foi medida por meio de perguntas aos participantes, como “Com que frequência você se sente solitário?” ou “Com que frequência você sente que não tem companhia?”. Os participantes respondiam de nunca a sempre em uma escala de vários pontos.

Para avaliar o status cognitivo, os estudos usaram um diagnóstico de demência ou o desempenho em testes cognitivos.

A associação entre solidão e demência persistiu mesmo quando foram feitos ajustes para controlar a depressão, o isolamento social e outros fatores de risco modificáveis para essas condições. 

Os resultados, segundo os pesquisadores,  ressaltam a importância de examinar mais profundamente o tipo ou as fontes de solidão e sintomas cognitivos para desenvolver intervenções eficazes que reduzam o risco de demência.

Primeiros sinais de demência

  • Perda de memória recente: dificuldade em lembrar informações novas, como datas ou eventos importantes, ou necessidade de repetição constante.
  • Dificuldade em realizar tarefas familiares: problemas para completar atividades do dia a dia, como cozinhar receitas conhecidas ou organizar compromissos.
  • Confusão com tempo ou lugar: perda de noção sobre onde está, que dia é ou como chegou a determinado local.
  • Problemas de comunicação: dificuldade em encontrar palavras certas, acompanhar conversas ou repetir histórias.
  • Alterações de humor ou comportamento: irritabilidade, apatia, ansiedade, desconfiança ou mudanças no humor sem motivo aparente.
  • Diminuição do julgamento: tomada de decisões inadequadas, como desconsiderar cuidados pessoais ou gastar dinheiro de forma imprudente.
  • Isolamento social: perda de interesse em atividades que antes eram apreciadas e afastamento de amigos e familiares.