Estudo aponta para hábito em excesso que tem ligação com demência
Pesquisadores chamam atenção para os padrões de sono diurno e para a importância de os pacientes observarem se seu horário de sono está mudando
Um estudo recente descobriu que idosos que cochilavam pelo menos uma vez por dia ou mais de uma hora por dia eram 40% mais propensos a desenvolver demência do que aqueles que não mantinham o hábito.
A descoberta foi publicada no periódico “Alzheimer’s and Dementia”, da Associação de Alzheimer.
Os resultados não apenas sugerem que o cochilo diurno excessivo pode sinalizar um risco elevado de demência, mas também mostram que o aumento anual mais rápido do cochilo diurno pode ser um sinal de deterioração ou progressão clínica da doença.
- Entenda como usar meditação no combate a pressão alta
- Barcelona x Atlético de Madrid: aproveite a odd 2.75 para Raphinha marcar
- 8 sintomas de Parkinson que todo mundo deveria conhecer
- Como apostar em cartões: guia completo
“Nosso estudo pede uma atenção mais cuidadosa aos padrões de sono de 24 horas – não apenas o sono noturno, mas também o sono diurno – para monitoramento da saúde em adultos mais velhos”, disse Peng Li, um dos autores da pesquisa.
Detalhes da investigação
O estudo testou duas hipóteses: (1) os participantes cochilam mais e/ou com mais frequência com o envelhecimento e as mudanças são ainda mais rápidas com a progressão da doença de Alzheimer; e (2) os participantes com cochilos diurnos excessivos correm um risco aumentado de desenvolver Alzheimer.
Mais de 1.000 indivíduos, com idade média de 81 anos, receberam o Actical, um dispositivo semelhante a um relógio, para usar no pulso não dominante por até 14 dias.
A equipe identificou episódios de sono usando um algoritmo de pontuação de sono previamente validado que considera a contagem de atividades do pulso. Após a identificação dos episódios de cochilo, foram calculadas a duração e a frequência do cochilo.
Os pesquisadores descobriram que a duração e a frequência do cochilo estavam positivamente correlacionadas com a idade e encontraram uma relação longitudinal bidirecional entre o sono diurno e a doença de Alzheimer.
Independentemente dos fatores de risco conhecidos para a demência, incluindo a idade e a duração e fragmentação do sono noturno, os cochilos diurnos mais longos e mais frequentes foram um fator de risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer em homens e mulheres idosos cognitivamente normais.
Além disso, os aumentos anuais na duração e frequência do cochilo foram acelerados à medida que a doença progredia, especialmente após a manifestação clínica da doença de Alzheimer.
Em última análise, os autores descrevem a relação entre o cochilo diurno e a cognição como um “ciclo vicioso”.
Os pesquisadores defendem que estudos futuros precisam testar se uma intervenção direta no cochilo diurno pode reduzir o risco de Alzheimer ou de declínio cognitivo.