Estudo aponta para medicamento que reduz risco de diabetes

Os pesquisadores defendem mais estudos sobre esses medicamentos na prevenção do diabetes

Por Silvia Melo em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
18/04/2025 15:04 / Atualizado em 19/04/2025 15:54

Uma nova pesquisa aponta que o uso diário de aspirina em baixa dosagem pode ajudar a reduzir o risco de diabetes tipo 2 em pessoas com mais de 65 anos. O estudo, que envolveu mais de 16 mil participantes, mostrou que idosos que tomavam 100 mg de aspirina por dia tinham 15% menos chance de desenvolver diabetes, em comparação com aqueles que tomaram placebo.

Como a aspirina pode ajudar na prevenção do diabetes?

De acordo com os pesquisadores, o principal mecanismo por trás desse benefício seria a redução da inflamação, um fator chave no desenvolvimento da resistência à insulina — condição que precede o surgimento do diabetes tipo 2. A aspirina, conhecida por seu efeito anti-inflamatório, teria retardado o aumento nos níveis de glicose plasmática em jejum ao longo dos anos.

Detalhes do estudo

O estudo foi conduzido com adultos saudáveis acima de 65 anos, divididos em dois grupos: um que recebeu 100 mg diários de aspirina e outro que tomou um placebo. Após cerca de cinco anos, 995 participantes desenvolveram diabetes — sendo 459 no grupo da aspirina e 536 no grupo placebo.

De acordo com pesquisadores, medicamento reduzo risco de diabetes ao reduzir o risco de inflamação
De acordo com pesquisadores, medicamento reduzo risco de diabetes ao reduzir o risco de inflamação - Ignatiev/istock

Essa diferença corresponde a uma redução de 15% no risco de diabetes entre os que utilizaram o medicamento. Além disso, foi observado que os participantes do grupo da aspirina apresentaram um aumento mais lento nos níveis de glicose no sangue ao longo do tempo.

Aspirina diária: cuidados e riscos

Apesar dos resultados promissores, especialistas alertam que o uso contínuo de aspirina só deve ser feito com orientação médica, principalmente entre os idosos. Isso porque o medicamento pode aumentar o risco de sangramentos internos, como já apontado em pesquisas anteriores.

Um estudo anterior já havia demonstrado que a aspirina diária aumentava em até 38% o risco de sangramento, sem apresentar benefícios significativos na prevenção de infartos ou AVCs em pessoas saudáveis. Por isso, as diretrizes médicas atuais recomendam a prescrição da aspirina apenas em casos específicos, como após um infarto ou outro evento cardiovascular.