Estudo brasileiro traça a personalidade de quem não usa máscara
Pesquisa com 1.578 adultos dividiu participantes nos grupos de pessoas empáticas e de antissociais
Embora a pandemia do novo coronavírus esteja voltando a avançar em vários países da Europa e nos Estados Unidos, muitas pessoas ainda se recusam a usar máscara, mesmo com todos os especialistas em saúde recomendando como forma de prevenção da covid-19.
Para entender os traços da personalidade de pessoas que se opõem ao uso do acessório, um estudo foi realizado no Brasil pela Universidade Estadual de Londrina.
O que a pesquisa descobriu é que essas pessoas tendem a ser sociopatas, ou seja, ter um distúrbio caracterizado por desprezo pelos outros.
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Participaram da pesquisa 1.578 adultos que responderam perguntas como “você acredita ser necessário usar uma máscara/respeitar o distanciamento social/lavar as mãos mais frequentemente?”
De acordo com as respostas, os participantes foram divididos em dois grupos: o “grupo da empatia” e o “grupo antissocial”.
Segundo um dos autores do estudo, o professor Fabiano Koich Miguel, do Departamento de Psicologia e Psicanálise do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), “o grupo da empatia” respondeu ao questionário mostrando maior preocupação em usar máscara, higienizar sempre as mãos e adotar isolamento social para evitar contágio.
“Já o grupo antissocial mostrou menor preocupação com essas medidas, minimizando sua importância ou minimizando a doença”, disse o professor.
Entre esse grupo de pessoas relutantes ao uso de máscaras, foi observado traços antissociais característicos de pessoas com diagnóstico de transtorno de personalidade antissocial, tais como:
- Níveis mais baixos de empatia, que é a capacidade de perceber, compartilhar e inferir pensamentos e emoções de outras pessoas;
- Níveis mais altos de insensibilidade;
- Tendência para o engano e o autoengano;
- Comportamentos de risco.
Além disso, o perfil antissocial demonstrava mais insensibilidade, hostilidade, impulsividade e manipulação.
Os resultados do estudo foram publicados no volume 168 da revista Personality and Individual Differences.