Estudo descobre fator genético que afasta Alzheimer e Parkinson
Pessoas com uma versão específica de um gene envolvido na resposta imunitária têm um risco menor de ter essas condições
Cerca de uma em cada cinco pessoas carrega uma versão de um gene que, embora em grande parte desconhecido, parece conferir proteção contra a doença de Alzheimer e a doença de Parkinson, descobriram os investigadores da Stanford Medicine. Estas pessoas sortudas poderão algum dia beneficiar ainda mais de uma vacina que possa retardar ou travar a progressão destas duas doenças neurodegenerativas mais comuns.
Uma análise de dados médicos e genéticos de centenas de milhares de pessoas de diversas ascendências de vários continentes revelou que transportar esta versão do gene, ou alelo, reduziu as probabilidades de as pessoas contraírem Parkinson ou Alzheimer em mais de 10%, em média.
As evidências sugerem que uma proteína chamada tau, que é notória por se agregar nos cérebros dos pacientes com Alzheimer, também pode estar envolvida, de alguma forma misteriosa, no desenvolvimento da doença de Parkinson.
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As descobertas e implicações são descritas em um artigo publicado on-line em 29 de agosto no Proceedings of the National Academy of Sciences.
O alelo protetor identificado no estudo é denominado DR4. Num estudo anterior, os pesquisadores tinham descoberto que carregar o alelo DR4 parecia proteger contra a doença de Parkinson. Agora, descobriram um impacto semelhante do DR4 na doença de Alzheimer.
Detalhes do estudo
A equipe da Stanford Medicine combinou dezenas de bancos de dados médicos e genéticos coletados em vários países – na Europa, no Leste Asiático, no Oriente Médio e nas Américas do Sul e do Norte.
Ao todo, os bancos de dados incluíam mais de 100 mil pessoas com doença de Alzheimer e mais de 40 mil com doença de Parkinson. Os cientistas compararam a incidência e a idade de início da doença de Alzheimer e Parkinson entre as pessoas com DR4 e aquelas sem doença e encontraram uma redução de risco de cerca de 10% naqueles portadores de DR4.
O fato de esse fator protetor para o Parkinson acabar tendo o mesmo efeito protetor em relação ao Alzheimer me surpreendeu os pesquisadores.
Os investigadores também analisaram dados de cérebros autopsiados de mais de 7.000 pacientes com Alzheimer e descobriram que os portadores de DR4 tinham menos emaranhados neurofibrilares – agregados longos e filamentosos, compostos em grande parte por tau, que caracterizam a doença de Alzheimer – bem como um início mais tardio dos sintomas, do que suas contrapartes não-DR4.
Portar DR4 também se correlacionou com um início mais tardio de sintomas em pacientes com Parkinson, embora os emaranhados neurofibrilares não sejam normalmente observados nessa doença.
Este estudo sugere que a tau, um agente essencial na doença de Alzheimer, pode vir a desempenhar também algum tipo de papel na doença de Parkinson, embora não esteja claro qual pode ser esse papel.