Estudo descobre medicamentos que regeneram a produção de insulina em 2 dias

Estudo demonstra como células produtoras de insulina podem ser regeneradas diretamente no pâncreas

Estamos um passo mais perto de reduzir a necessidade de injeções de insulina 24 horas por dia para controlar o diabetes. Um novo estudo mostrou como as células produtoras de insulina poderiam ser regeneradas no pâncreas.

Pesquisadores, liderados por uma equipe do Baker Heart and Diabetes Institute, na Austrália, investigaram um novo uso para medicamentos já aprovados pela FDA que têm como alvo a enzima EZH2 em tecidos humanos.

O novo estudo foi publicado na Signal Transduction and Targeted Therapy
Créditos: iStock/monkeybusinessimages
O novo estudo foi publicado na Signal Transduction and Targeted Therapy

A equipe descobriu que os inibidores EZH2 GSK126 e Tazemetostat, normalmente usados ​​para cânceres raros, reativam as capacidades de produção de insulina nas células pancreáticas que geralmente são destruídas em pessoas com diabetes tipo 1. Essa ação torna as células de insulina funcionais em 48 horas.

Esta descoberta não se limita a uma faixa etária específica, uma vez que a investigação confirmou a sua eficácia em indivíduos entre os sete e os 61 anos de idade.

Usando células de doadores infantis e adultos com diabetes tipo 1, bem como de um indivíduo não diabético, os pesquisadores demonstraram a capacidade restaurada dessas células de detectar glicose e secretar insulina.

Basicamente, esses inibidores de moléculas ajudam as células do pâncreas de pessoas com diabetes tipo 1 (DM1) a se transformarem em células parecidas com as que produzem insulina. Isso é feito por meio de mudanças no material genético que permite que elas incorporem novas funções.

Avanço no tratamento de diabetes

Os tratamentos para diabetes atualmente disponíveis concentram-se principalmente no controle dos níveis de glicose no sangue, mas não abordam a destruição das células secretoras de insulina.

Esta nova terapia, no entanto, poderia modificar a doença, utilizando as células pancreáticas restantes do paciente para produzir insulina em resposta à glicose, libertando assim potencialmente os pacientes da necessidade constante de injeções de insulina.

Esta abordagem é promissora para aqueles que vivem com diabetes dependente de insulina.

A equipe prepara-se agora para testar este método regenerativo num modelo pré-clínico, com o objetivo de desenvolver estes inibidores em medicamentos que possam restaurar a produção de insulina em pacientes diabéticos.

As diferenças entre o diabetes tipo e 2

O diabetes mellitus compreende duas formas principais: tipo 1 e tipo 2.

No diabetes tipo 1, uma reação autoimune danifica as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Isso geralmente ocorre em idade jovem, exigindo a administração diária de insulina.

Comer esta verdura ajuda a reduzir o risco de diabetes
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Já o diabetes tipo 2 é associado à resistência à insulina, onde as células não respondem eficientemente à insulina produzida.

Inicialmente, o corpo pode até produzir mais insulina, mas, com o tempo, a produção pode diminuir. Fatores de risco incluem obesidade, idade avançada e inatividade física.

O tratamento envolve mudanças no estilo de vida, dieta, exercícios e, em alguns casos, medicamentos orais ou insulina.

A prevenção e o manejo são extremamente importantes para ambas as formas de diabetes, mas cada tipo demanda abordagens específicas. O diagnóstico e tratamento devem ser guiados por profissionais de saúde, considerando as características individuais de cada paciente.