Estudo descobre que o hormônio do amor é fundamental para a formação de amizades

Pesquisadores revelam que a ocitocina é essencial para formar laços de amizade, acelerando a conexão e fortalecendo vínculos seletivos

13/08/2025 13:16

A ocitocina é um hormônio e neuromodulador produzido no cérebro, conhecido popularmente como “hormônio do amor” ou “hormônio do abraço”. Ela é liberada em momentos como sexo, parto, amamentação e interações sociais, estimulando sensações de afeição, confiança e proximidade.

Sabendo da importância do hormônio nos laços afetivos, pesquisadores da UC Berkeley, na Califórnia, EUA, investigaram como a ocitocina atua na formação de amizades usando ratos-do-campo, animais conhecidos por criar relacionamentos seletivos e duradouros, semelhantes às amizades humanas.

O resultado foi claro:

  • Com receptores de ocitocina: os roedores formavam laços rapidamente, preferindo parceiros conhecidos a estranhos.
  • Sem receptores: a formação de vínculos era mais lenta, e o interesse por parceiros conhecidos diminuía.

Essa seletividade é um ponto-chave. Não se trata apenas de ser sociável, mas de escolher com quem se criar um vínculo.

Pesquisa descobre que ocitocina uma peça-chave na formação de amizades verdadeiras
Pesquisa descobre que ocitocina uma peça-chave na formação de amizades verdadeiras - fizkes/istock

Como a ocitocina ajuda a criar conexões mais rápidas

O hormônio atua principalmente na fase inicial de formação de relacionamentos, facilitando a aproximação e estabelecendo uma base sólida para amizades duradouras.

Nos testes, ratos-do-campo com ocitocina ativa:

  • Preferiam passar tempo com parceiros conhecidos.
  • Demonstravam comportamentos de cuidado e proximidade.
  • Mostravam mais “fidelidade social” antes de interagir com estranhos.

Sem o hormônio, essa dinâmica se quebrava, tornando as interações mais genéricas e menos seletivas.

Implicações para a saúde mental humana

Segundo os cientistas, entender o papel da ocitocina nas amizades pode ajudar a compreender condições como autismo e esquizofrenia. Pesquisas apontam que algumas pessoas com TEA têm níveis mais baixos de ocitocina no sangue ou alterações nos receptores (OXTR), o que pode influenciar na forma como percebem pistas sociais e formam vínculos.

Isso ajuda a explicar, em parte, dificuldades em iniciar ou manter interações sociais — mas não é a única causa, pois o autismo é multifatorial.

Na esquizofrenia, estudos também identificaram redução da ocitocina e mudanças na sensibilidade dos receptores em alguns pacientes. Isso pode afetar empatia, reconhecimento emocional e confiança, características que muitas vezes estão prejudicadas durante episódios da doença.

Como aumentar a liberação natural de ocitocina?

Atividades simples podem ajudar a estimular a liberação de ocitocina no dia a dia. São elas:

  • Abraçar amigos e familiares
  • Ouvir música
  • Praticar exercícios
  • Participar de atividades sociais prazerosas