Estudo faz nova descoberta sobre a questão genética do Alzheimer
Histórico familiar da doença por parte de mãe pode expor o cérebro do filho a maior acúmulo de proteínas tóxicas no cérebro, segundo os cientistas
A genética é um fator de risco para o Alzheimer. Mas agora uma nova pesquisa descobriu algo bem específico sobre esse fator de risco.
De acordo com o estudo de Massachusetts, sua chance de desenvolver Alzheimer é maior se sua mãe tiver sido diagnosticada com a doença, em comparação com se seu pai a sofresse.
A descoberta veio após os pesquisadores analisarem imagens cerebrais de 4.400 adultos com idade média de 70 anos e sem deficiências cognitivas.
O estudo escaneou cada cérebro em busca de placas amilóides – um acúmulo de proteína tóxica que se acredita ser um precursor do Alzheimer.
A revista científica JAMA Neurology trouxe o resultado na investigação no dia 17 de junho.
Descobertas
Os pesquisadores descobriram que aqueles com níveis mais elevados de placas no cérebro tendem a ter um histórico familiar da doença por parte da mãe.
No entanto, a equipe também observou níveis de amiloide acima da média nos cérebros daqueles cujos pais foram diagnosticados com Alzheimer aos 65 anos ou menos.
Acredita-se que as placas amilóides desencadeiam a doença ao interromper as comunicações entre as células cerebrais, impedindo o funcionamento correto do órgão.
Elas se acumulam silenciosamente ao longo do tempo e podem permanecer no cérebro por anos antes que qualquer sintoma da doença ocorra.
O que explica o Alzheimer como herança genética da mãe?
Os pesquisadores sugeriram que pacientes cujas mães sofriam de demência poderiam correr maior risco devido às mitocôndrias específicas, pequenas estruturas nas células que produzem energia.
Estas são herdadas apenas da mãe, mas carregam o seu próprio DNA, incluindo quaisquer mutações que possam predispor-los a não funcionarem adequadamente.
Os pesquisadores também teorizaram que o risco pode estar relacionado a falhas no cromossomo X, que é sempre transmitido pela mãe.
Os pais também podem transmitir um cromossomo X, tornando seus filhos do sexo feminino, mas isso só acontece em 50% dos recém-nascidos.
Os pais com início precoce da doença de Alzheimer também podem aumentar o risco para os seus filhos porque podem ter uma forte predisposição genética para a doença, segundo os investigadores.
Alzheimer
O Alzheimer é o tipo mais comum de demência, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), correspondendo a 60-70% dos casos.
É uma doença progressiva que começa com uma leve perda de memória e possivelmente leva à perda da capacidade de conversar e responder ao ambiente.
O avanço da idade representa o principal fator de risco para a doença, que tende a se estabelecer após os 65 anos, embora em casos raros possa ocorrer em pessoas na faixa dos 40 e 50 anos.
Outros fatores de risco para o Alzheimer
Além da genética e do envelhecimento, a ciência acredita que muitos fatores de risco desempenham um papel na causa da doença de Alzheimer e outras demências, incluindo comportamentos e hábitos.
Embora alguns fatores de risco, como idade e histórico familiar, possam ter sua influência definida, é possível modificar muitos fatores de risco para reduzir o risco de declínio cognitivo de uma pessoa.
Existe, por exemplo, uma ligação entre traumatismo cranioencefálico e risco futuro de demência. Portanto, certos cuidados como o uso do cinto de segurança, usar capacete ao praticar esportes e se proteger de quedas em casa devem ser considerados.
Algumas das evidências mais fortes ligam a saúde do cérebro à saúde do coração. Essa conexão faz sentido, porque o cérebro é nutrido por uma das redes de vasos sanguíneos mais ricas do corpo, e o coração é responsável por bombear o sangue através desses vasos sanguíneos para o cérebro.
Portanto, cuidar da saúde do coração é uma forma de minimizar o risco de Alzheimer.
O risco de desenvolver demência parece ser maior em casos de hipertensão e diabetes. Assim como fumar e ter um estilo de vida sedentário aumenta os risco.
Quais os sintomas de Alzheimer?
- perda de memória
- dificuldade de concentração
- desorientação de tempo e lugar
- alterações de humor
- dificuldade em realizar tarefas cotidianas
Conforme a doença progride, os pacientes podem desenvolver dificuldade em falar, engolir e andar.