Estudo identifica gatilho para as crises de psoríase

Fator externo pode estar diretamente ligado ao agravamento dos sintomas da doença

Por Silvia Melo em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
19/02/2025 14:15 / Atualizado em 20/02/2025 20:41

A psoríase é uma doença crônica inflamatória que afeta a pele e, em alguns casos, também as articulações. Embora tenha uma forte ligação com fatores genéticos, diversos elementos externos podem desencadear ou agravar as crises. Estudos recentes apontam que a poluição do ar pode ser um desses fatores, tornando o ambiente urbano ainda mais desafiador para os pacientes.

Como a poluição pode desencadear a psoríase?

Uma pesquisa realizada na Itália e publicada no renomado periódico Jama Dermatology sugere que altos níveis de poluentes atmosféricos podem estar diretamente ligados ao agravamento da psoríase. Durante três anos, cientistas analisaram dados de quase mil pacientes acompanhados no Hospital Universitário de Verona, comparando suas crises com os níveis de poluição registrados por institutos ambientais.

Entre os principais poluentes identificados estão:

  • Monóxido de carbono (CO)
  • Dióxido de nitrogênio (NO2)
  • Benzeno
  • Partículas finas (PM10 e PM2.5)

Essas substâncias, predominantemente emitidas pela queima de combustíveis fósseis de veículos e indústrias, são encontradas em grandes concentrações nos centros urbanos. A exposição contínua pode estimular uma resposta inflamatória exacerbada, contribuindo para o surgimento de lesões na pele e agravamento da doença.

Poluição pode agravar crises de psoríase
Poluição pode agravar crises de psoríase - andriymedvediuk/depositphotos

O que acontece durante uma crise?

Durante uma crise de psoríase, o sistema imunológico reage de forma exagerada, atacando a própria pele. Esse processo provoca inflamação e a formação de placas avermelhadas e descamativas, que podem ser dolorosas e causar coceira intensa. As áreas mais comuns afetadas incluem:

  • Cotovelos
  • Joelhos
  • Couro cabeludo
  • Região lombar

Nos casos mais graves, a doença pode comprometer extensas regiões da pele e até mesmo causar artrite psoriática, afetando a mobilidade e a qualidade de vida do paciente.

Tratamentos e controle da psoríase

Por ser uma condição crônica, a psoríase requer tratamento contínuo para controlar os sintomas e evitar crises frequentes. A abordagem varia conforme a gravidade e o impacto da doença, podendo incluir:

  • Tratamento tópico: cremes e pomadas com corticosteroides, ácido salicílico ou derivados da vitamina D.
  • Fototerapia: exposição controlada à radiação ultravioleta para reduzir a inflamação.
  • Medicamentos orais: indicados para casos moderados a graves.
  • Terapia imunobiológica: injeções subcutâneas que modulam a resposta imunológica.

Embora evitar totalmente a poluição seja difícil, algumas medidas podem ajudar a minimizar seus efeitos:

  • Reduzir a exposição a ambientes altamente poluídos.
  • Manter uma alimentação balanceada e anti-inflamatória.
  • Hidratar a pele regularmente.
  • Controlar o estresse, um dos principais gatilhos da psoríase.