Estudo indica grupo em que a CoronaVac gera resposta menos intensa
Pesquisadores recomendam uma dose de reforço entre esses vacinados
Um estudo coordenado pela Faculdade de Medicina da USP descobriu que a vacina CoronaVac gera uma uma reação bem menos intensa em um grupo específico de vacinados.
A partir da análise de amostras de sangue, os pesquisadores observaram que apenas um terço dos homens acima de 55 anos tem uma resposta forte de anticorpos, ou das células contra o novo coronavírus.
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O estudo com resultados preliminares apontou ainda que essa resposta já diminuída se acentua a partir dos 80 anos. Uma versão prévia do artigo científico foi publicada no site MedRXiv em 23 de agosto.
Por isso que os autores do trabalho recomendam que seja feita a aplicação de uma terceira dose de vacina para reforçar a resposta imune. A sugestão dos pesquisadores é que inicie a aplicação da dose de reforço em maiores de 80 anos, e, quando possível, em pessoas acima de 60 anos.
Terceira dose no País
Preocupado com o avanço da variante Delta, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga anunciou que a partir do dia 15 de setembro começará a ser aplicada a terceira dose da vacina contra a covid-19 em idosos com mais de 80 anos e imunossuprimidos que tomaram a segunda dose da vacina há pelo menos 21 dias. A informação foi adiantada ao jornal online Metrópoles.
De acordo com Queiroga, o imunizante escolhido pra dose de reforço será o da Pfizer.
A data escolhida para início da terceira dose considera que até lá toda a população com mais de 18 anos já tenha sido vacinada com pelo menos a primeira dose da vacina.
Antes disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já tinha recomendado ao Ministério da Saúde avaliar a possibilidade de dar da terceira dose em grupos específicos, como os imunocromprometidos e os idosos, especialmente acima dos 80 anos que tomaram a CoronaVac.
Os especialistas do órgão reafirmaram que a vacina produzida no Brasil pelo Instituto Butantan é eficaz e segura. “Importante lembrar que a vacina Coronavac tem um bom desempenho no Brasil, mas, inicialmente, não foi estudada em idosos e em pessoas gravemente imunocomprometidas, como, por exemplo, nos pacientes transplantados, pessoas que estão fazendo quimioterapia ou que estão tomando medicamentos imunossupressores”, explicou a diretora da Anvisa, Meiruze Sousa Freitas.