Estudo inédito encontra coronavírus em consultórios odontológicos no PR
Foram localizadas amostras positiva do RNA do coronavírus até em cadeiras onde os pacientes se sentam durante a consulta
Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) alerta para a presença de coronavírus em consultórios odontológicos não destinados ao atendimento de pacientes com covid-19. O trabalho que tinha como objetivo investigar como o SARS-CoV-2 se comporta nesses ambientes, foi publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health.
O estudo foi feito em quatro unidades básicas de saúde de Curitiba, no Paraná, em uma unidade de pronto atendimento e em dois hospitais da cidade. Os pesquisadores analisaram 711 amostras coletadas dos consultórios de dentistas desses locais.
As coletas de RNA viral, realizadas durante o segundo semestre de 2020, foram feitas por meio de swab, de maneira similar aos exames para detecção do coronavírus. Do total de 234 amostras, 3% deram positivo para covid-19.
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Foram localizadas amostras positiva do RNA do coronavírus até em cadeiras onde os pacientes se sentam durante a consulta, mesmo após o equipamento ter passado por higienização.
Nos ambulatórios, houve maior positividade. Entre 85 amostras retiradas de enfermarias, 9% foram positivas.
Este é o primeiro estudo de análise ambiental na saúde pública que inclui serviços odontológicos. “Queríamos entender como o vírus poderia circular nos ambientes hospitalares, em comparação com unidades de saúde básica e nos locais de atendimento odontológico”, explica a professora Vânia Vicente, do Departamento de Patologia Básica.
A equipe explica que este trabalho não determina a viabilidade do vírus nesse ambiente de contaminar as pessoas. Isso depende de inúmeros fatores, que vão desde a limpeza do ambiente até o tempo de permanência do vírus naquele local.
Entretanto, esses achados indicam que os consultórios de dentistas também são pontos críticos e que, em algum momento, o vírus pode ter estado viável naqueles locais, o que reforça a necessidade de medidas de desinfecção mais rigorosas nessas áreas.