Estudo mostra avanços na luta contra o câncer de colo de útero

Estudo revolucionário: combinação de tratamento e imunoterapia oferece promissora perspectiva no câncer de colo de útero

Os resultados de um estudo recente trazem novas expectativas para pacientes com câncer de colo de útero de alto risco. Por primeira vez em duas décadas, pesquisadores demonstraram avanços significativos no combate à doença.

Esse estudo, em parceria com oncologistas brasileiras e a pesquisadora italiana Domenica Lorusso, examinou a eficácia da imunoterapia na melhora da sobrevida livre de progressão dos pacientes.

Estudo mostra avanços na luta contra o câncer de colo de útero
Créditos: iSTock
Estudo mostra avanços na luta contra o câncer de colo de útero

Avanços na luta contra o câncer de colo de útero

No que é considerado um momento histórico na luta contra o câncer do colo do útero, o tratamento padrão combinado com a imunoterapia, especificamente o medicamento pembrolizumab, mostrou-se eficiente, tornando a perspectiva de recuperação dessas pacientes mais promissora.

O estudo trouxe luz à possibilidade de reduzir as chances de recorrência da doença e melhorar a qualidade de vida das mulheres afetadas.

O que significa essa descoberta?

Os resultados do estudo de fase 3 Keynote A-18 foram apresentados no congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica 2023 (ESMO).

O acréscimo da imunoterapia impacta significativamente a sobrevida, oferecendo mais esperança às pacientes.

Imunoterapia no tratamento do câncer do colo do útero

Pacientes com tumores de alto risco no colo do útero foram divididas em grupos para o estudo. Uma parte recebeu imunoterapia com pembrolizumab, juntamente com quimioterapia e radioterapia, enquanto a outra parte recebeu quimioterapia e radioterapia como tratamento isolado.

O grupo que seguiu a imunoterapia combinada mostrou um ganho estatisticamente significativo na sobrevida livre de progressão da doença.

O câncer de colo de útero é o terceiro tipo que mais afeta as mulheres no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Sendo o tumor localmente avançado e de alto risco mais difícil de controlar, isso tem significado que mais da metade das pacientes sofrem recorrência da doença em até dois anos, em média.

Qual é a projeção para o futuro?

Essa pesquisa pode levar a uma mudança nos protocolos de tratamento existentes. Por estar correlacionada a poucos efeitos colaterais e aumentar as chances de controle da doença, a imunoterapia tem um impacto positivo na qualidade de vida das pacientes.

A imunoterapia, que estimula o sistema imune do próprio paciente a combater o tumor, já é parte do tratamento do câncer de colo de útero. No entanto, atualmente, apenas os casos metastáticos e em situações específicas, dependendo das características da doença, são passíveis de indicação.