Estudo mostra que medicamento é capaz de curar câncer de intestino

O acompanhamento de pacientes observou a remissão completa da doença após o tratamento

O medicamento imunoterápico poderia poupar pacientes com câncer de intestino da necessidade de cirurgia e quimioterapia. É o que concluiu um estudo depois de observar sua eficácia em 100% dos casos.

O Jemperli, também chamado de dostarlimab, apresentou “resultados sem precedentes”, disse o fabricante GSK. Nenhum dos pacientes mantiveram evidência da doença após o tratamento. 

Todos que tomavam medicação tinham câncer retal com deficiência de reparo de incompatibilidade localmente avançado (dMMR), uma forma de câncer de intestino. Os dados foram apresentados na conferência da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), em Chicago.

Jemperli já está aprovado no Reino Unido para mulheres com alguns tipos de câncer de útero avançado ou recorrente.

Estudo mostra que novo medicamento para câncer de intestino curou 100% dos pacientes
Créditos: Zonda/DepositPhotos
Estudo mostra que novo medicamento para câncer de intestino curou 100% dos pacientes

Os dados mostraram que todos os 42 pacientes num ensaio liderado pelo Memorial Sloan Kettering Cancer Center, nos EUA, tiveram uma resposta completa ao tratamento, sem evidência de tumores nos exames.

O estudo acompanhou os primeiros 24 pacientes por pouco mais de 26 meses, em média.

Câncer retal (dMMR)

O câncer retal com deficiência de reparo de incompatibilidade de DNA (dMMR, do inglês “deficient mismatch repair”) é uma forma específica de câncer que ocorre no reto, a parte final do intestino grosso.

Esse tipo de câncer apresenta uma falha no sistema de reparo de incompatibilidade de DNA.

Quando esse mecanismo não funciona corretamente, as células acumulam mutações, o que pode levar ao desenvolvimento de câncer.

Estudos sugerem que o câncer retal (dMMR) é responsável por cinco a 10% de todos os cânceres retais.

O padrão atual de tratamento para pacientes com esse tipo de câncer é quimioterapia mais radiação, seguida de cirurgia.

No entanto, segundo os pesquisadores, o tratamento com o novo medicamento provocou “regressão tumoral completa e durável sem a necessidade de tratamento que altere a vida”, como quimioterapia e cirurgia.

Quais são os principais sinais de câncer de intestino?

  • Sangue nas fezes
  • Mudança nos hábitos de intestinais (diarreia ou constipação)
  • Perda de peso sem motivo óbvio
  • Cansaço extremo
  • Caroço no estômago ou ânus

Quais as fases do câncer de intestino?

As fases do câncer de intestino, por definição, são classificadas de acordo com a extensão da doença, utilizando o sistema TNM, que avalia o tumor (T), os linfonodos (N) e a presença de metástases (M).

Primeiramente, no estágio 0, também conhecido como carcinoma in situ, o câncer está limitado à camada mais interna do intestino, a mucosa, sem invadir camadas mais profundas.

Em seguida, no estágio I, o câncer se estende além da mucosa, atingindo a camada muscular, mas ainda não envolve os linfonodos nem se espalha para outras partes do corpo.

No estágio II, o câncer invade as camadas mais externas do intestino ou órgãos próximos, mas ainda não afeta os linfonodos.

Este estágio é subdividido em IIA, IIB e IIC, dependendo da profundidade da invasão.

Prosseguindo, no estágio III, o câncer se espalha para os linfonodos próximos, mas não para órgãos distantes. Este estágio é dividido em IIIA, IIIB e IIIC, conforme o número de linfonodos afetados e a extensão do tumor.

Finalmente, o estágio IV é o mais avançado, onde o câncer sofreu metástase, espalhando-se para órgãos distantes como fígado e pulmões.

Este estágio é subdividido em IVA e IVB, com base no número de locais de metástase.

Em resumo, as fases do câncer de intestino variam desde o estágio 0, onde o câncer é muito localizado, até o estágio IV, onde há disseminação para outras partes do corpo, cada fase demandando diferentes abordagens de tratamento.