Estudo responde se tristeza pode levar ao desenvolvimento de câncer

Durante 26 anos, o estudo analisou 320 mil adultos para descobrir se existe relação entre transtornos mentais e o desenvolvimento de câncer

Tristeza causa câncer? Estudo responde
Créditos: iStock/kieferpix
Tristeza causa câncer? Estudo responde

A crença de que a depressão, a ansiedade ou qualquer tipo de tristeza podem aumentar significativamente o risco de desenvolvimento de câncer tem sido amplamente difundida, apesar dos estudos sobre o assunto terem sido inconclusivos.

No entanto, um novo estudo baseado em dados de mais de 300 mil pessoas na Europa voltou a debater a questão, dando um desfecho à hipótese de que transtorno mental pode levar ao desenvolvimento de câncer.

Publicado na revista científica Cancer, da Sociedade Americana de Câncer, o trabalho tem autoria de pesquisadores da University Medical Center Groningen (UMCG), na Holanda.

A pesquisa acompanhou cidadãos da Holanda, Reino Unido, Noruega e Canadá ao longo de 26 anos, com o intuito de investigar qualquer vínculo entre transtornos mentais e o desenvolvimento de câncer.

Conclusão dos especialistas

A conclusão central desse estudo é que pessoas que enfrentaram depressão ou ansiedade não demonstraram um risco significativamente maior de desenvolver tumores.

“Não encontramos evidências de associação entre depressão ou ansiedade e incidência geral de câncer”, afirmaram os autores na publicação.

Dos 320 mil adultos analisados, 25 mil tiveram algum tipo de câncer, mas o diagnóstico não estava relacionado a saúde mental.

Em relação ao câncer de pulmão, foi observado um leve aumento no risco. No entanto, os cientistas explicam que isso pode estar ligado a outros fatores presentes nesses pacientes, como tabagismo, consumo excessivo de álcool e sobrepeso.

“Nossos resultados trazem alívio para muitos pacientes de câncer que acreditavam que seu diagnóstico poderia ser associado a episódios anteriores de ansiedade ou depressão”, explicou Lonneke van Tuijil, uma das autoras do estudo.

Para garantir a credibilidade nos resultados, Lonneke van Tuijil e sua equipe utilizaram dados do consórcio internacional Fatores Psicossociais e Incidência de Câncer. O consórcio reuniu informações de 18 estudos que englobam 320 mil pessoas, durante um período de 26 anos.

Assim, o estudo proporciona uma visão mais clara e precisa sobre a interseção entre saúde mental e câncer, fornecendo conforto e tranquilidade para aqueles que enfrentam desafios nessas áreas.