Estudo revela exame que poderia prever risco de apneia do sono
Estudo da Unifesp aponta que acompanhar os níveis sanguíneos de um aminoácido pode ajudar a prever o risco da condição
Investigações recentes destacam uma ligação significativa entre os níveis de homocisteína no sangue e o risco de desenvolver apneia obstrutiva do sono.
Esse simples exame de sangue pode ainda ajudar o médico a predizer o risco de agravamento de quem já tem a condição.
O que provoca a apneia do sono?
A apneia do sono acaba sendo causada pela obstrução das vias aéreas superiores durante o sono. Isso pode ocorrer devido ao relaxamento dos músculos da garganta, ao excesso de tecido na garganta, como resultado de obesidade ou amígdalas aumentadas, ou a uma combinação de fatores.
Quando as vias aéreas estão obstruídas, ocorre uma interrupção na respiração, levando a pausas no sono e a uma diminuição nos níveis de oxigênio.
Esses episódios podem ocorrer várias vezes durante a noite, resultando em sonolência diurna, fadiga e outros problemas de saúde.
Como um exame de sangue pode prever a apneia do sono?
Um estudo realizado por especialistas do Instituto do Sono e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e divulgado no European Archives of Oto-Rhino-Laryngology, revelou que medir os níveis de homocisteína pode ser crucial para identificar indivíduos em risco de desenvolver apneia do sono ou para monitorar aqueles com formas leves a moderadas da condição.
A pesquisa aponta para uma possível relação bidirecional entre a elevação de homocisteína e a severidade da apneia, embora ainda seja incerto o que vem primeiro: se a apneia provoca aumento da homocisteína, ou se são os altos níveis desse aminoácido que exacerbam a apneia.
Monica Levy Andersen, coordenadora do estudo, sugere a importância de incorporar esse exame em check-ups regulares para pessoas acima dos 40 anos.
Afinal, quais outros impactos dos níveis de homocisteína?
Não é só o sono que é afetado pelos níveis de homocisteína. O aminoácido já é de interesse para cardiologistas há anos, visto que níveis elevados podem causar danos às paredes dos vasos sanguíneos. O que potencializa riscos de doenças coronarianas, tromboses, enfartes e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
Reduzir esses riscos pode ser possível através da alimentação ou suplementação com vitaminas do complexo B, como B6, B9 (ácido fólico) e B12, que ajudam a controlar os níveis de homocisteína no sangue.