Estudo revela qual tipo de gordura pode aumentar risco de Alzheimer
Pesquisadores associaram a gordura ao desenvolvimento de Alzheimer; veja a importância de manter um estilo de vida saudável para prevenir
Pesquisadores da Universidade de Washington associaram a gordura visceral – gordura localizada no abdômen que envolve os órgãos internos – ao desenvolvimento da doença de Alzheimer.
De acordo com o estudo, apresentado na reunião anual da Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA), pessoas de meia idade com maiores níveis dessa gordura têm mais proteínas perigosas no cérebro ligadas à demência.
Gordura visceral e doença de Alzheimer
A gordura visceral, também conhecida como “gordura magra”, não é visível externamente, tornando possível seu acúmulo significativo mesmo em pessoas com IMC (Índice de Massa Corporal) saudável.
A gordura está associada a diversos problemas de saúde, como a síndrome metabólica, hipertensão, obesidade, colesterol alto e resistência à insulina. A novidade é que ela também pode estar ligada à doença de Alzheimer.
Os pesquisadores analisaram a ligação entre a captação das proteínas beta-amiloide e tau com fatores, como o IMC, obesidade, gordura visceral e mais. As proteínas se aglomeram em estruturas que danificam e obstruem o funcionamento do cérebro na doença de Alzheimer.
Os resultados mostraram que a maior captação de amiloide em uma região do cérebro, afetada precocemente pela formação das placas da doença, estava associada a uma maior proporção de gordura visceral em relação à gordura subcutânea, especialmente em homens.
Conclusão do estudo e próximos passos
Os pesquisadores também observaram que níveis elevados de gordura visceral estavam associados ao aumento da inflamação cerebral. As secreções inflamatórias dessa gordura podem levar à inflamação no cérebro, contribuindo para a doença de Alzheimer.
“Este estudo destaca um mecanismo-chave pelo qual a gordura oculta pode aumentar o risco da doença de Alzheimer. Isso mostra que essas alterações cerebrais podem ocorrer já aos 50 anos, até 15 anos antes de surgirem os primeiros sintomas da doença”, disse o coautor do estudo, Cyrus A. Raji.
Os autores do estudo esperam que essas descobertas possam ajudar no diagnóstico precoce da doença de Alzheimer, permitindo intervenções terapêuticas mais eficazes.
A equipe planeja acompanhar os participantes para monitorar o impacto a longo prazo da gordura visceral no desenvolvimento da doença.