Estudo revela que aparelho auditivo pode reduzir risco de demência; entenda
Pesquisa anterior apontou que 8% dos casos de demência no mundo podem estar associados à deficiência auditiva
Perda auditiva aumenta chance de demência em 42%, mas uso de aparelhos pode reduzir risco, aponta um estudo recente publicado pela revista The Lancet.
Em 2020, um trabalho apontou que cerca de 8% dos casos no mundo podem estar associados à deficiência auditiva.
Agora, segundo a conclusão do estudo, idosos que têm perda da audição, mas utilizam aparelhos auditivos para corrigir o problema, passam a ter um risco para demência menor.
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“Nosso estudo mostra que, com o uso dos aparelhos auditivos, que são minimamente invasivos do ponto de vista terapêutico, é possível mitigar o impacto da demência relacionada à perda auditiva”, explica um dos coordenadores do estudo, Dongshan Zhu, professor da Universidade de Shandong, na China.
Realizada por especialistas em audição da China, Japão, Austrália e Estados Unidos, a pesquisa usou informações de mais de 430 mil pessoas.
No estudo, foi analisado o risco de demência de cada pessoa, o acompanhamento do uso de aparelhos auditivos e os registros médicos para ver se a pessoa desenvolveu o grupo de sintomas.
A pesquisa ainda levou em conta outros fatores, incluindo o isolamento social e a depressão, mas descobriu que a perda auditiva não tratada ainda tinha relação com a demência.
Quais são os benefícios do aparelho auditivo?
O estudo também concluiu que o uso do aparelho auditivo cumpre com sua função ao conter a perda auditiva.
Segundo o estudo, 75% das pessoas que usaram o aparelho não tiveram nenhuma perda auditiva ao longo dos 12 anos de prontuários analisados.
“A perda auditiva pode começar antes dos 40 anos, e há evidências de que o declínio cognitivo gradual antes de um diagnóstico de demência pode durar de 20 a 25 anos. Nossas descobertas destacam a necessidade urgente da introdução precoce de aparelhos auditivos quando alguém começa a ter deficiência auditiva”, alerta DongShan Zhu.
Por que a perda auditiva aumenta o risco de demência?
Ainda não existe uma explicação 100% concisa, mas os especialistas apontam possíveis explicações para a relação entre audição e perda cognitiva.
Entre elas, eles abordam o uso de recursos cognitivos para processar o que está sendo ouvido. Além da deterioração da cognição devido à privação de entradas auditivas, ou seja, a falta de estímulos por meio da escuta há longo prazo.
O estudo também associa o risco ao isolamento social causado pela deficiência na audição.
Com informações do O Globo.