Estudo surpreende ao ligar aspirina a menor risco de diabetes

Estudo europeu revela que uso contínuo de aspirina reduz em 15% os casos de diabetes tipo 2 entre idosos

Por Thatyana Costa em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
11/05/2025 11:27 / Atualizado em 25/05/2025 17:45

Anti-inflamatório se mostra eficaz contra a diabetes, mas exige atenção aos efeitos adversos.
Anti-inflamatório se mostra eficaz contra a diabetes, mas exige atenção aos efeitos adversos. - Ignatiev/istock

Um estudo apresentado na Reunião Anual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes (EASD), realizada em Hamburgo, na Alemanha, revelou que o uso diário de aspirina em baixa dosagem pode reduzir em 15% o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 em pessoas com mais de 65 anos.

A pesquisa envolveu mais de 16 mil adultos saudáveis no início do acompanhamento. Metade dos participantes recebeu 100 mg diários de aspirina, enquanto o restante foi tratado com placebo. Após cerca de cinco anos, 995 casos de diabetes foram registrados: 459 no grupo da aspirina, contra 536 entre os que tomaram placebo.

Os pesquisadores destacam que a ação anti-inflamatória do medicamento pode estar ligada à menor incidência da doença, uma vez que a inflamação é um dos principais gatilhos do diabetes tipo 2.

Os pesquisadores enfatizaram que sua abordagem pode ajudar os médicos a ter conversas mais significativas com pacientes e familiares sobre opções de tratamento
Os pesquisadores enfatizaram que sua abordagem pode ajudar os médicos a ter conversas mais significativas com pacientes e familiares sobre opções de tratamento - Zorica Nastasic/istock

Riscos exigem orientação médica

Apesar dos resultados promissores, o estudo também revelou um aumento de 38% no risco de sangramentos internos entre os que tomavam aspirina diariamente. Além disso, não foram observadas reduções nos riscos de infartos ou AVCs.

Por isso, os especialistas alertam: a aspirina não deve ser usada de forma preventiva contra a diabetes sem orientação médica. As diretrizes atuais indicam o uso contínuo do medicamento apenas quando há recomendação específica, como em casos pós-infarto.

 

Diabetes pode afetar seu ombro

Estudos apontam que diabéticos têm maior risco de desenvolver capsulite adesiva, conhecida como “ombro congelado”. A condição causa dor intensa e limitação dos movimentos. Especialistas recomendam diagnóstico precoce e fisioterapia para conter o avanço. O controle glicêmico é fundamental para evitar complicações musculoesqueléticas associadas à doença. Clique aqui para saber mais.