EUA estabelecem nova idade para mulheres começarem a fazer mamografia

Esta mudança visa adaptar-se ao aumento das taxas de incidência do câncer de mama em mulheres mais jovens

08/05/2024 22:31

EUA estabelecem nova idade mínima para mamografia
EUA estabelecem nova idade mínima para mamografia - praetorianphoto/istock

Diante do constante debate sobre a idade apropriada para começar os rastreamentos de câncer de mama, a Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos fez uma mudança significativa em suas recomendações para a mamografia.

Agora, sugere-se que as mamografias se iniciem aos 40 anos, uma redução de uma década em relação à recomendação anterior que indicava começar aos 50 anos. Esta mudança visa adaptar-se ao aumento das taxas de incidência do câncer de mama em mulheres mais jovens.

Por que a mudança na recomendação para a idade das mamografias?

O aumento de 2% ao ano nas taxas de câncer de mama entre mulheres de 40 anos, observado entre 2015 e 2019, motivou essa nova diretriz. Segundo John Wong, vice-presidente do grupo de trabalho, há evidências claras de que começar o rastreio mais cedo pode prolongar a vida e melhorar a qualidade de vida das mulheres. Esse ajuste pretende identificar e tratar mais cedo possíveis casos de câncer, diminuindo as taxas de mortalidade associadas.

Qual a posição do Brasil em relação às mamografias?

Enquanto nos Estados Unidos a orientação agora é começar a mamografia aos 40 anos, no Brasil, o Ministério da Saúde ainda recomenda o início aos 50 anos. Porém, entidades como a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) já se alinham à decisão americana e sugerem o rastreio a partir dos 40 anos, indicando uma possível revisão futura das diretrizes nacionais.

As divergências não se limitam apenas aos governos, mas também se estendem entre os especialistas e as entidades de saúde, demonstrando o quanto a questão é complexa e sujeita a distintas interpretações dos dados científicos.

Impacto dessa mudança nas políticas de saúde pública

As novas diretrizes não apenas afetam a vida das mulheres que precisam fazer mamografia mais cedo, mas também têm implicações para os planos de saúde e para as políticas de saúde pública como um todo. Seguradoras, prestadores de serviços de saúde e os próprios pacientes precisarão adaptar-se a esses novos protocolos, que possivelmente incluirão uma maior frequência de exames e, consequentemente, maior vigilância sobre condições potencialmente perigosas.

Críticas e preocupações

  • Questionamentos sobre benefícios e prejuízos: A decisão enfrenta críticas de que poderia levar a um aumento de procedimentos desnecessários, como biópsias e tratamentos que poderiam não ser necessários.
  • Cobertura de saúde: Preocupação sobre como os planos de saúde cobrirão os custos adicionais e se seguros como o Medicare se ajustarão para abranger essas novas recomendações.
  • Desigualdade nos cuidados de saúde: Questiona-se também como essas mudanças afetarão grupos demográficos que já enfrentam desigualdades no acesso a cuidados de saúde, incluindo minorias e populações de baixa renda.