Exame prevê demência 9 anos antes dos sintomas

O teste envolve um modelo neurobiológico que analisa exames cerebrais capturados por ressonância magnética

Um novo teste, desenvolvido por uma equipe de pesquisa da Queen Mary University, em Londres, é capaz de prever demência até nove anos antes de um diagnóstico clínico.

De acordo com os pesquisadores, a precisão é superior 80%. E o método é um teste mais confiável para prever demência do que comumente usado , como testes de memória ou medições de encolhimento cerebral. 

O exame é feito por meio da análise da ressonância magnética cerebral.

Os pesquisadores publicaram as descobertas na quinta-feira na revista Nature Mental Health.

Exame consegue prever demência antes dos sintomas
Créditos: AndrewLozovyi/DepositPhotos
Exame consegue prever demência antes dos sintomas

Como a equipe chegou até o teste?

 A equipe observou uma parte essencial do sistema cerebral, chamada de rede de modo padrão (DMN). É a primeira parte do cérebro afetada por danos causados ​​pela doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência.

Essa região desempenha um papel fundamental na conexão de diferentes partes do cérebro para manter nossos pensamentos em ordem.

O teste incluiu exames cerebrais de 81 indivíduos, que tinham demência na época, mas que mais tarde desenvolveram a condição, bem como 1.030 controles pareados.

Usando o modelo, a equipe foi capaz de detectar sinais de demência em alguns cérebros até nove anos antes do tempo.

A vantagem é que os exames são fáceis de administrar e levam apenas alguns minutos para serem concluídos.

Demência no Brasil e no mundo

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a demência afeta aproximadamente 55 milhões de pessoas globalmente, um número que se espera quase triplicar até 2050 devido ao envelhecimento populacional.

No Brasil, atualmente, ao menos 1,76 milhão de pessoas têm alguma forma de demência, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde.

Contudo, casos da doença aumentam com o envelhecimento da população e podem chegar a 5,5 milhões até 2050.

É essencial compreender que a demência não é uma doença específica, mas sim um termo geral que descreve uma série de sintomas associados a um declínio na memória, no raciocínio e em outras habilidades cognitivas.

Estes sintomas são graves o suficiente para reduzir a capacidade da pessoa de desempenhar atividades diárias.

O Alzheimer é a principal forma de demência, responsável por cerca de 60% a 80% dos casos. Ela é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta a memória, o pensamento e o comportamento.

Embora atualmente não haja cura, diagnósticos precoces e tratamentos apropriados podem ajudar a gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. 

Sintomas

  • Perda de Memória
  • Dificuldades Cognitivas
  • Desorientação quanto tempo e lugar
  • Mudanças de humor, confusão, depressão, ansiedade e comportamento agressivo.

Quais os fatores de risco para demência?

  • idade avançada;
  • histórico familiar;
  • certos genes, como o gene da apolipoproteína E (APOE ε4);
  • traumas cranianos graves, especialmente lesões que causam perda de consciência;
  • doenças crônicas, como o diabetes;
  • hábitos pouco saudáveis de vida, como dieta pobre, falta de atividade física, tabagismo e consumo excessivo de álcool.