Falsa cura para Aids e autismo é vendida após proibição da Anvisa
Se trata de uma substância química nociva aos humanos — o dióxido de cloro (ClO2), utilizado na fabricação de produtos de limpeza.
Falsa cura para Aids e autismo é vendida mesmo após proibição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Se trata de uma substância química nociva aos humanos — o dióxido de cloro (ClO2), utilizado na fabricação de produtos de limpeza.
Também conhecido como MMS (suplemento mineral milagroso, da sigla em inglês), o produto é comercializado em diversas páginas da internet. Na última semana, a Anvisa fiscalizou e tirou do ar anúncios online que ofereciam a substância.
“O dióxido de cloro não tem aprovação como medicamento em nenhum lugar do mundo. A sua ingestão traz riscos imediatos e a longo prazo para os pacientes, principalmente às crianças”, escreveu a agência, em nota.
- Anvisa alerta para cuidados ao adquirir fórmulas infantis pela internet
- Anvisa prorroga proibição de produtos à base de fenol em procedimentos estéticos
- O que é bom para curar infecção urinária mais rápido e como evitar
- Anvisa revoga permissão para venda de álcool líquido 70% no Brasil
A Anvisa também disse estar “alertando as Vigilâncias Sanitárias dos estados e municípios para que fiscalizem o comércio irregular dessa substância”, e lembrou que a prática é, além de uma infração sanitária (sujeita a multa), um crime contra a saúde pública, de acordo com o Código Penal.
No entanto, propagandas ainda podem ser encontradas com facilidade em páginas e perfis nas redes sociais e em sites especializados no produto, segundo apurou o jornal “Extra”.
SAIBA COMO CONSEGUIR LEGALMENTE MEDICAMENTOS DE GRAÇA
Existem vídeos onde personagens se apresentam como médicos e recomendam o uso do MMS, afirmando a eficácia de supostos efeitos terapêuticos da substância nunca comprovados.
O site de compra e venda Mercado Livre, que foi notificado pela Anvisa, disse ter removido os anúncios e bloqueado permanentemente as contas dos anunciantes, embora outras ofertas, com descrições genéricas, continuem oferecendo o dióxido de cloro na página.
Ao “Extra”, o servidor público Alexis Costa conta que chegou a comprar doses da suposta medicação, mas desistiu de oferecer ao seu filho de 3 anos devido ao mau cheiro, além de não confiar na eficácia do produto.
“Existe uma série de oportunistas em cima desse tema, inclusive médicos, que prometem a cura do autismo com os mais variados e mirabolantes métodos, assim como esse produto, que nada mais é que uma água sanitária melhorada”, contou ele.
Segundo Bruno Palazzo Nazar, professor de psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirmou para o “Extra”, não há medicamentos que comprovadamente ajudem na melhora do quadro de crianças com autismo.
“Há uma grande má-fé por parte das pessoas que oferecem esses medicamentos como cura para o autismo. Eles se aproveitam da situação vulnerável dos pais, que buscam amenizar a dor dos seus filhos. É importante frisar que essas substâncias não foram submetidas aos procedimentos comuns aos demais medicamentos, para atestar a eficácia e os efeitos colaterais, por exemplo, o que representa um sério risco em caso de ingestão”, salientou.
A Anvisa baniu, desde junho de 2018, “a fabricação, distribuição, comercialização e uso” do MMS.
Com informações do Extra.