O fator evitável que eleva o risco de doenças cardíacas e derrame

Estudo revela o que pode aumentar o risco de doenças cardíacas e derrame; saiba como proteger sua saúde

06/01/2025 13:31

A saúde cardiovascular não depende apenas de fatores tradicionais, como alimentação e atividade física. Um estudo publicado na revista Nature Human Behavior revelou que o isolamento social e a solidão estão diretamente associados a um maior risco de doenças cardíacas, derrame e morte precoce.

Risco de doenças cardíacas pode ter relação com esse fator
Risco de doenças cardíacas pode ter relação com esse fator - iStock/dragana991

A pesquisa destacou como essas condições influenciam o organismo por meio de alterações nas proteínas do sangue.

O que o estudo descobriu?

Cientistas do Reino Unido e da China analisaram amostras de sangue de mais de 42 mil adultos, com idades entre 40 e 69 anos, armazenadas no banco de dados UK Biobank.

Eles identificaram 175 proteínas relacionadas ao isolamento social e 26 associadas à solidão. Muitas dessas proteínas estão ligadas a inflamações, infecções virais e doenças crônicas, como diabetes tipo 2, aterosclerose e problemas cardiovasculares.

Entre as proteínas identificadas, a ASGR1 foi destacada por seu papel no aumento do colesterol, um fator de risco conhecido para doenças do coração e derrame.

Outra proteína, a ADM, regula hormônios relacionados ao estresse e às interações sociais, como a ocitocina, conhecida como “hormônio do amor”. Altos níveis de ADM foram associados a uma pior saúde cardiovascular e a um risco elevado de morte precoce.

Como o isolamento social e a solidão afetam o corpo?

O estudo diferencia isolamento social — a falta de interações regulares — e solidão, definida pelo sentimento subjetivo de estar sozinho.

Ambos os fatores ativam respostas de estresse no corpo, promovendo inflamações que comprometem a saúde dos vasos sanguíneos e do coração.

Níveis elevados de ADM também foram relacionados a alterações em regiões cerebrais envolvidas no processamento emocional e social, como a ínsula e o caudado, reforçando os danos da solidão à saúde física e mental.

A pesquisa contribui para entender os mecanismos biológicos que conectam a solidão a problemas de saúde graves. Conforme o professor Jianfeng Feng, da Universidade de Warwick, as proteínas identificadas fornecem “pistas sobre a biologia que sustenta a saúde precária entre pessoas socialmente isoladas ou solitárias, destacando por que os relacionamentos sociais desempenham um papel tão importante em nos manter saudáveis.”

O que fazer para minimizar os riscos?

Fortalecer os laços sociais pode ser uma estratégia crucial para prevenir doenças cardíacas e derrames. Manter conexões com amigos e familiares, participar de atividades comunitárias e buscar apoio emocional são medidas que podem reduzir os efeitos prejudiciais da solidão.

Em um mundo cada vez mais conectado digitalmente, o estudo ressalta que as interações presenciais continuam fundamentais para a saúde. A Catraca Livre também explica como a solidão afeta a memória dos idosos (clique aqui para entender).