Fim da unha de gel! Entenda a proibição ao uso de esmaltes semipermanente

União Europeia baniu substâncias presentes em esmaltes semipermanentes após evidências de risco cancerígeno e prejuízos à fertilidade

05/09/2025 15:29

Os esmaltes e vernizes em gel conquistaram popularidade nos últimos anos por oferecerem secagem rápida sob luz ultravioleta e durabilidade de semanas sem descascar. Apesar da praticidade, estudos científicos levantaram sérias preocupações sobre os riscos à saúde associados aos compostos usados na fórmula.

A União Europeia anunciou a proibição de duas substâncias encontradas nesses produtos, classificadas como tóxicas e cancerígenas, impactando diretamente profissionais da beleza e consumidoras.

Quais substâncias foram banidas?

Dois ingredientes centrais foram identificados como responsáveis pelos maiores riscos:

  • Óxido de trifenilfosfina (TPO): atua como fotoiniciador, endurecendo o esmalte sob luz UV. Está associado a irritações, alergias, danos ao DNA, tumores e problemas de fertilidade.
  • Dimetil-p-toluidina (DMTA): usado para aumentar a adesão e durabilidade do esmalte. É tóxico para pele, fígado e rins, podendo alterar a hemoglobina e comprometer o transporte de oxigênio no sangue.
Substâncias presentes no esmalte em gel são classificadas como tóxicas e cancerígenas
Substâncias presentes no esmalte em gel são classificadas como tóxicas e cancerígenas - Paola Giannoni/istock

Por que a decisão foi tomada?

O banimento veio após anos de pesquisas conduzidas pelo Comitê Científico de Segurança do Consumidor (SCCS) e pela Agência Europeia dos Produtos Químicos (ECHA). Os estudos apontaram que o uso frequente dessas substâncias provoca mutações celulares, prejudica a fertilidade masculina e feminina, está relacionado a distúrbios menstruais e atrofia testicular e pode causar baixo peso ao nascer em gestações expostas.

Embora os efeitos cancerígenos em humanos ainda não sejam totalmente comprovados, os resultados em animais foram suficientes para aplicar o princípio da precaução.

O alerta é maior para profissionais da beleza, que manipulam os esmaltes diariamente e ficam expostos à inalação dos vapores e ao contato direto com a pele. Mas consumidoras frequentes, que recorrem à manicure semipermanente a cada duas ou três semanas, também acumulam riscos ao longo do tempo.

O que fazer agora?

Especialistas recomendam que consumidoras e profissionais verifiquem os rótulos dos esmaltes e suspendam o uso de produtos que contenham TPO ou DMTA. Essa atenção é fundamental tanto em salões de beleza quanto no uso doméstico.

Com a decisão europeia, outros países já avaliam adotar medidas semelhantes para proteger a saúde pública, levantando um debate sobre alternativas seguras e a regulamentação de cosméticos em todo o mundo.