Flores e poesia: gravuras homenageiam vítimas do câncer de mama

#OutubroRosa chama atenção para o diagnóstico precoce da doença que mais atinge mulheres em todo o mundo

06/10/2016 18:38

No Brasil, cinco mulheres são vítimas do câncer de mama a cada hora. Todos os dias: 134 novos casos. E em meio às estatísticas está a advogada paulista Maria Cistina de Lucca, que recentemente venceu a batalha contra a doença e inspirou a série de gravuras “Coisa Mais Linda” , assinada pelo artista plástico Daniel Dimmy.

As obras que unem elementos da natureza são compostas por flores e folhas, chapadas em placas de vidro, expressando sutis e singulares retratos da beleza feminina. A ideia surgiu quando a advogada, em retribuição ao médico que acompanhou seu tratamento, resolveu homenageá-lo com uma das obras.

“Ela queria deixar o quadro no consultório onde passam mulheres com depressão e baixo estima por causa das adversidades da doença. Fiquei pensando em ideias para elaborar as obras quase meio ano tanto em questões técnicas, quanto à representatividade da obra. A doutora Cris só pediu que eu fizesse um quadro que simbolizasse a beleza, sensibilidade e a força da mulher”.

Flores, poesia e conscientização

No decorrer dos meses que levaram o processo criativo, Daniel buscou inspiração nos versos da música popular brasileira. Encontrou poesia e inspiração para a série na consagrada “Coisa Mas Linda”, música de Tom Jobim e Carlos Lira:

“Você é mais bonita que a flor, quem dera, a primavera da flor tivesse todo esse aroma de beleza, que é o amor perfumando a natureza, numa forma de mulher”. – Influenciando pelos primeiros dias da nova estação, o artista escolheu a obra prima para suas gravuras. “Usar as flores na obra, além de trazer a natureza e a beleza para um ambiente de enfermidades, retrataria a sensibilidade e a beleza que só a mulher tem”.

A partir deste dia, Daniel passou a pesquisar sobre os processos de desidratação de flores e como aproveitá-las em seu trabalho. Criou técnicas e métodos para que elas dessem vida a uma representação figurativa e ao mesmo tempo abstrata. “Acredito que a arte provoca a gente a pensar e olhar a vida de outra maneira. A arte cria beleza onde não há, traz outra perspectiva, outra dinâmica para o nosso mundo. A importância de conciliar a arte na conscientização sobre o cancer de mama acho que é justamente isso, provocar as pessoas a se enxergar no mundo e fazer disso uma experiência marcante, digna e bonita”.

Anualmente, um milhão de mulheres são diagnosticadas com câncer de mama em todo mundo.

Confira outras obras da série: