Formigamento e outros sintomas de esclerose múltipla para os quais se atentar
Os sinais e sintomas da esclerose múltipla podem diferir muito de pessoa para pessoa e ao longo do curso da doença
A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica provocada por mecanismos inflamatórios e degenerativos em que o sistema imunológico destrói a cobertura protetora de nervos (mielina).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo, existem entre 2 e 2,5 milhões de pessoas com a doença – a maior parte delas, do sexo feminino.
O que acontece na esclerose múltipla?
A doença é provocada por danos na mielina, estrutura que facilita a comunicação entre os neurônios. Com os danos causados na mielina, os impulsos elétricos entre os neurônios ficam comprometidos, e o cérebro se torna incapaz de enviar e receber corretamente sinais ao corpo.
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Dormência e formigamento são dois dos sintomas mais frequentes da EM para os quais as pessoas procuram atendimento médico. Eles fazem parte de um grupo de sintomas sensoriais chamados parestesias —sensações anormais que causam desconforto.
Esses sintomas podem ocorrer em qualquer parte do corpo e são dois dos sintomas mais comuns da doença.
Embora a dormência e o formigamento sejam os termos mais usados pelas pessoas para descrever essas sensações, outras descrições podem incluir:
- Alfinetes e agulhas
- Cócegas
- Coceira
- Formigamento
- Dificuldade em usar a área afetada
Outros sintomas de esclerose múltipla
- Sensações de choque elétrico que ocorrem com certos movimentos do pescoço, especialmente ao inclinar o pescoço para a frente (sinal de Lhermitte)
- Falta de coordenação
- Marcha instável ou incapacidade de andar
- Perda parcial ou total da visão, geralmente em um olho de cada vez, frequentemente com dor durante o movimento dos olhos
- Visão dupla prolongada
- Visão embaçada
- Vertigem
- Problemas com a função sexual, intestinal e da bexiga
- Fadiga
- Problemas cognitivos
- Distúrbios de humor
Como é o diagnóstico de esclerose múltipla?
O processo de diagnóstico geralmente começa com uma avaliação clínica detalhada, durante a qual o neurologista avaliará a força muscular, coordenação motora, reflexos, sensibilidade, capacidade de caminhar e movimentos oculares.
No entanto, a ressonância magnética de crânio e a coleta de líquor (LCR — líquido cefalorraquidiano), que é extraído, por meio de uma punção da coluna lombar, confirmam a doença.
Quais os fatores de risco para esclerose múltipla?
- Sexo, pois as mulheres têm de 2 a 3 vezes mais probabilidade do que os homens de ter EM.
- Histórico familiar, ou seja, se um dos seus pais ou irmãos teve EM, você tem maior risco de desenvolver a doença.
- Certas infecções. Uma variedade de vírus foi associada à EM, incluindo Epstein-Barr, o vírus que causa mononucleose infecciosa.
- Raça – pessoas brancas, particularmente aquelas de ascendência do norte da Europa, correm maior risco de desenvolver EM.
- Deficiência de vitamina D também está associado a um maior risco de EM.
- Genes. Um gene no cromossomo 6p21 foi associado à esclerose múltipla.
- Certas doenças autoimunes, como doença da tireoide, anemia perniciosa, psoríase, diabetes tipo 1 ou doença inflamatória intestinal.
Tratamento
Embora não haja cura para a esclerose múltipla, existem tratamentos com medicamentos, que têm o objetivo de reduzir a atividade da doença, prevenir novas lesões e crises inflamatórias, além de retardar a evolução da doença. Dessa forma, é possível manter por um período de tempo mais longo a funcionalidade dos pacientes.
Aliado ao tratamento medicamentoso, a neurorreabilitação é fundamental para reduzir a espasticidade, os espasmos, a fadiga, dentre diversos outros sintomas.