Frases que autistas adultos costumam ouvir repetidamente
Algumas dessas frases, embora — muitas vezes sem intenção maliciosa — podem invalidar pessoas com TEA e reforçar estereótipos
Pessoas autistas enfrentam desafios diários que muitas vezes passam despercebidos pela sociedade. Além das dificuldades próprias do transtorno, os autistas adultos frequentemente lidam com comentários e perguntas que, embora possam parecer inofensivos ou bem-intencionados, revelam uma falta de compreensão sobre o autismo.
Para quem vive no espectro, essas frases podem ser cansativas, frustrantes e, por vezes, desrespeitosas.
O que é o autismo?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é chamado assim porque abrange uma gama diversificada de sintomas e níveis de suporte.
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O TEA é considerado um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades na comunicação, interação social e comportamentos repetitivos ou interesses restritos.
Acredita-se que há múltiplas causas para o autismo, entre elas, fatores genéticos, biológicos e ambientais.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as características do autismo podem ser detectadas na primeira infância, mas o autismo geralmente só é diagnosticado bem mais tarde, algumas vezes, na fase adulta.
Frases que podem ser comuns aos ouvidos dos autistas
“Mas você não parece autista”
É importante saber dentro do espectro autista existem muitas diferenças e singularidades e níveis de suporte. Dessa forma, nenhum autista é igual ao outro.
Assim como pode existir um autista com dificuldade de interação social, tímido retraído, pode existir outro sociável, espontâneo e comunicativo. Mesmo tendo essas características, ele não deixou de fazer parte do espectro.
Essa frase, além de estar carregada de desinformação, pode fazer o autista sentir que sua condição está sendo questionada.
“Você leva tudo ao pé da letra”
Isso acontece porque autistas costumam ter dificuldade de perceber as nuances da entonação de fala de terceiros, tendendo a interpretar tudo ao pé da letra e não percebem ironias ou piadas com duplo sentido.
Alguns também podem não conseguir compreender a comunicação não verbal, como gestos, linguagem corporal e expressão facial.
“Por que você não me olha nos olhos?”
Para muitos autistas, manter contato visual pode ser desconfortável ou até angustiante. Essa dificuldade é frequentemente mal interpretada como desinteresse ou falta de educação.
No entanto, para os autistas, evitar o contato visual pode ser uma maneira de se concentrar melhor na conversa ou se sentir mais confortável.
“Você precisa aprender a ser flexível”
Alguns autistas têm um apego excessivo a rotinas, padrões ritualizados e resistência a mudanças inesperadas.
Assim, mudar o que previamente foi combinado com ele, pode lhe trazer insegurança e representar uma situação muito desafiadora.
Reconhecer a diversidade dentro do espectro é fundamental
A ampla gama de habilidades, desafios e características que variam significativamente de uma pessoa para outra dentro do espectro reforçam que não há uma “forma única” de ser autista.
Assim, entender essa variação também ajuda a desmistificar estereótipos e criar um olhar mais inclusivo e acolhedor para essas pessoas.
IMPORTANTE: somente médicos devidamente habilitados podem diagnosticar autismo e indicar tratamentos.