Gases, diarreia e mais sintomas da síndrome do intestino irritável

As mulheres são afetadas por essa condição duas vezes mais que os homens

17/03/2023 09:00

A síndrome do intestino irritável (SII) afeta o trato digestivo e provoca uma série de sintomas, que variam de náusea, dor abdominal, gases, flatulência, inchaço abdominal, diarreia ou constipação, muco nas fezes e sensação de evacuação incompleta após ir ao banheiro.

Muitas vezes, o caminho até o diagnóstico é  longo caminho. Em primeiro lugar, devem ser descartadas outras doenças com sintomas semelhantes – como infecções recorrentes, intolerâncias alimentares (como intolerância à frutose, lactose e outras), alergias alimentares, doenças inflamatórias crônicas do intestino como doença de Crohn e colite ulcerosa ou tumores nos intestinos ou nos ovários.

Inchaço abdominal é um dos sintomas da síndrome do intestino irritável
Inchaço abdominal é um dos sintomas da síndrome do intestino irritável - Shidlovski/istock

Vários exames devem ser realizados, como a colonoscopia (para analisar a saúde do interior do cólon e do reto), ultrassonografia do abdômen, exame de sangue com hemograma, enzimas hepáticas, exame de fezes para descartar infestação por parasitas e testes ​​para detectar intolerância a certos tipos de açúcar.

Os médicos falam de síndrome do intestino irritável quando:

  • os pacientes relatam dor abdominal e outros problemas intestinais, como flatulência, por pelo menos três meses e se apresentaram alterações nos movimentos intestinais.
  • os sintomas reduzem significativamente a qualidade de vida e o paciente procura ajuda porque está preocupado com sua saúde.
  • outras doenças intestinais são descartadas como sendo responsáveis pelos sintomas
  • os sintomas aparecem pelo menos uma vez por semana

Prevalência da SII em mulheres

Muitos estudos mostram que as mulheres têm até duas vezes mais chances de desenvolver SII do que os homens. Elas também relatam mais sintomas que eles, incluindo fadiga, insônia, dor nas costas, depressão, ansiedade e menor qualidade de vida.

A síndrome do intestino irritável é mais comum entre as mulheres
A síndrome do intestino irritável é mais comum entre as mulheres - gpointstudio/istock

Causas

As causas não são completamente conhecidas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia, acredita-se que haja uma hipersensibilidade visceral, responsável pelos sintomas, que podem ser agravados pela ingestão de certos alimentos.

Também há indícios de que os sintomas podem ter relação com as emoções. A maioria das pessoas com SII apresenta um agravamento do quadro durante períodos de maior estresse e ansiedade.

Terapia do intestino irritável com dieta FODMAP

Segundo estudos, uma dieta especial pode ser muito eficaz para acalmar os intestinos. Como o estresse e a tensão raramente podem ser eliminados a curto prazo, as restrições alimentares são a maneira mais promissora.

A chamada dieta de baixo FODMAP vem com algumas restrições drásticas: os afetados evitam completamente todos os carboidratos potencialmente irritantes e tipos especiais de açúcar por algumas semanas. No entanto, uma dieta reduzida em FODMAP não deve ser tentada sem orientação médica e um diagnóstico claro, porque também pode agravar os sintomas, por exemplo, com uma alergia.

O que são FODMAPs?

FODMAP é a abreviação em inglês para

Fermentable
Oligosaccharides,
Disaccharides,
Monosaccharides
And
Polyols.

Isso significa carboidratos de fermentação rápida, como os encontrados em doces, pão (especialmente trigo), laticínios, frutas com caroço ou repolho. Os polióis (álcoois de açúcar) são encontrados em muitos produtos industrializados como adoçantes ou umectantes.

Durante a dieta com baixo teor de FODMAP, os sintomas às vezes diminuem rapidamente ou até desaparecem completamente. Após quatro a oito semanas, os alimentos contendo FODMAP devem ser introduzidos novamente pouco a pouco.

É importante registrar no diário alimentar exatamente quais sintomas ocorrem após o consumo de cada alimento. Desta forma, é possível descobrir individualmente o que o intestino tolera.