Gastroparesia é condição pouco conhecida do diabetes
Dores, náuseas e falta de apetite podem ser uma consequência da condição. Entenda como tratar
A gastroparesia é uma condição médica que recebe pouca atenção, mas pode ser uma complicação pouco conhecida do diabetes. Esta condição, caracterizada pelo esvaziamento lento e irregular do estômago, pode causar uma série de sintomas desconfortáveis e impactar significativamente a qualidade de vida das pessoas afetadas.
Para entender a relação entre a gastroparesia e o diabetes, é importante compreender como o sistema digestivo funciona.
Normalmente, após a ingestão de alimentos, o estômago se contrai para triturar o alimento e misturá-lo com sucos gástricos, antes de liberar pequenas quantidades do alimento no intestino delgado para a absorção.
No entanto, em pessoas com gastroparesia, esse processo é interrompido ou retardado devido a danos nos nervos que controlam o funcionamento do estômago, frequentemente relacionados à hiperglicemia crônica associada ao diabetes.
Quais os sintomas da gastroparesia?
- náuseas, vômitos
- sensação de plenitude após a ingestão de pequenas quantidades de alimentos
- distensão abdominal
- dor abdominal
- azia
- falta de apetite
- perda de peso não intencional.
Os sintomas da gastroparesia podem variar de leves a graves e pode tornar o controle glicêmico mais desafiador, pois o esvaziamento retardado do estômago pode levar a flutuações nos níveis de glicose no sangue.
Quais outras condições provocam a gastroparesia?
Embora uma série de condições médicas tenham sido associadas à gastroparesia, em quase 4 em cada 10 casos, os médicos não conseguem determinar o que causou a doença. Isso é conhecido como gastroparesia idiopática.
As causas da gastroparesia incluem:
- Infecção viral, como o norovírus e rotavírus.
- Medicamentos. Vários medicamentos, incluindo bloqueadores dos canais de cálcio, opiáceos e progesterona, podem retardar o movimento dos alimentos através do estômago.
- Cirurgia. Os procedimentos cirúrgicos podem danificar o nervo vago, prejudicando a função dos músculos do estômago.
- Dismotilidade gastrointestinal autoimune (AGID). AGID é uma doença autoimune que danifica os nervos que controlam os músculos do estômago, reduzindo sua capacidade de impulsionar os alimentos através do estômago.
- Problemas neurológicos. A doença de Parkinson, esclerose múltipla e outros distúrbios neurológicos têm sido associados à gastroparesia.
- Outras condições, incluindo amiloidose e esclerodermia, também têm sido associadas à gastroparesia.
Como aliviar a gastroparesia?
Dieta
O tratamento inicial geralmente envolve mudanças na dieta, incluindo:
- Comer alimentos macios e bem cozidos, com baixo teor de gordura e fibras (gordura e fibras são os alimentos mais difíceis de serem decompostos pelo estômago)
- Comer 5-6 pequenas refeições por dia
- Beber bastante líquido
- Evitar bebidas carbonatadas, álcool e tabaco
- Fazer dieta líquida (para quem tem dificuldade em comer alimentos sólidos)
- Tomar multivitaminas líquidas, que podem ajudar a prevenir deficiências vitamínicas
Controle de glicemia (para pessoas com diabetes)
Níveis elevados de glicose no sangue podem retardar o esvaziamento do estômago e piorar os sintomas. Manter um bom controle dos níveis de glicose no sangue pode reduzir os sintomas.
Medicamentos
Vários medicamentos tratam a gastroparesia, incluindo:
- Procinética. Esses medicamentos estimulam os músculos do estômago para impulsionar os alimentos, melhorando o esvaziamento do estômago.
- Antieméticos. Esses medicamentos ajudam a reduzir os sintomas de náuseas e vômitos. Eles não melhoram o esvaziamento do estômago.
- Neuromoduladores. Alguns medicamentos atuam no nível da comunicação nervosa, modificando as quantidades de serotonina, norepinefrina e dopamina para aliviar náuseas, vômitos e dores de estômago.
Retirada de medicamentos ofensivos
Por exemplo, os mencionados anteriormente; remover medicamentos que retardam a motilidade intestinal pode melhorar os sintomas.
Cirurgia. Se os sintomas da gastroparesia não melhorarem suficientemente com modificações na dieta e medicamentos, a cirurgia pode ser uma opção.
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