Gel injetado no abdômen bloqueia a liberação de sêmen por 2 anos
Se aprovado nos testes, o contraceptivo pode estar disponível até 2026
Até hoje, nenhum contraceptivo masculino vingou por conta dos efeitos colaterais, mas os pesquisadores acreditam ter criado a fórmula certa. Trata-se de um gel que é injetado no abdômen e bloqueia a liberação de sêmen.
O gel, que ainda não está disponível ao público, é capaz de impedir que o esperma chegue aos testículos. Após cerca de dois anos, o produto se dissolve e os homens podem optar por fazer ou não o procedimento novamente.
A recuperação do procedimento é semelhante à de uma vasectomia. São necessárias 24 horas de descanso, e os homens precisam evitar sexo, esportes e levantamento de peso por uma semana para não correr o risco de sentir dor ou sangramento interno no escroto.
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Atualmente, o produto está sendo testado em um ensaio clínico no hospital Epworth Freemasons em East Melbourne, Austrália.
Quatro homens receberam o anticoncepcional e estão sendo monitorados quanto a efeitos colaterais.
Se o teste for bem-sucedido, um teste maior será realizado nos EUA no próximo ano. A previsão é que o procedimento esteja disponível em 2025 ou 2026.
“O estudo de três anos investigará se o hidrogel é bem-sucedido como contraceptivo masculino não permanente e de longa duração. Se for bem-sucedido, pode ser um divisor de águas, garantindo que a contracepção seja uma responsabilidade compartilhada entre os casais”, disse o professor Nathan Lawrentschuk, urologista da Epworth Freemasons e principal autor do estudo.
A tentativa de desenvolver um anticoncepcional masculino
Os cientistas vêm tentando desde a década de 1950 desenvolver um contraceptivo masculino eficaz, incluindo pílulas, géis e injeções. Nenhum foi aprovado, no entanto.
A maioria das drogas submetidas a testes clínicos tem como alvo a testosterona, impedindo que o hormônio sexual masculino produza células espermáticas saudáveis.
Os médicos dizem, no entanto, que a ação bloqueadora da testosterona pode desencadear ganho de peso, depressão e aumento do colesterol.
Para comparação, a pílula anticoncepcional feminina combinada – que contém versões sintéticas dos hormônios femininos estrogênio e progesterina – foi associada a efeitos colaterais semelhantes na saúde mental.