O que impulsiona risco de Alzheimer? Estudo aponta nova preocupação

Entenda como o excesso de gordura abdominal pode aumentar o risco de Alzheimer, segundo um estudo da Universidade de Rutgers

Gordura abdominal está ligada ao Alzheimer, revela estudo
Créditos: iStock/Rasi Bhadramani
Gordura abdominal está ligada ao Alzheimer, revela estudo

O acúmulo de gordura na região abdominal tem sido associado a uma variedade de problemas de saúde, incluindo risco aumentado de doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e problemas nas articulações.

No entanto, um estudo recente, publicado na revista Obesity, apontou uma nova preocupação: pessoas de meia-idade com excesso de gordura abdominal e histórico familiar de Alzheimer podem ter maior propensão a apresentar alterações no volume cerebral e declínio cognitivo.

Como os cientistas realizaram o estudo?

Conduzido por pesquisadores da Universidade de Rutgers, nos Estados Unidos, o estudo envolveu 204 voluntários de meia-idade saudáveis, todos filhos de pacientes diagnosticados com Alzheimer.

Através de exames de ressonância magnética, os pesquisadores analisaram a concentração de gordura no pâncreas, fígado e abdômen dos participantes. Adicionalmente, os voluntários passaram por testes cognitivos.

De acordo com Michal Schnaider Beeri, principal autor do estudo, em homens de meia-idade com alto risco de Alzheimer, acabou identificada uma associação entre maior gordura pancreática e redução na cognição e volume cerebral. Esta associação se mostrou mais relevante nos homens do que nas mulheres.

Excesso de gordura abdominal x Índice de massa corporal

Os pesquisadores optaram por focar no acúmulo de gordura abdominal em vez do uso do Índice de Massa Corporal (IMC) como indicador de obesidade.

De acordo com eles, o IMC não considera a distribuição da gordura corporal, e isso acaba sendo relevante ao avaliar os riscos de saúde associados à obesidade.

Estudos futuros podem se concentrar em abordagens específicas para o sexo masculino a fim de prevenir o impacto da gordura abdominal na saúde cerebral.

Implicações futuras

Os resultados da pesquisa indicam a importância de compreender a relação entre a gordura abdominal, o envelhecimento cerebral e a cognição.

Além disso, reforçam a necessidade de investigar mais profundamente como diferentes depósitos de gordura no corpo podem afetar a saúde cerebral.

Essas descobertas podem resultar em novas abordagens para a prevenção e manejo do Alzheimer e outros problemas cognitivos relacionados à idade. O estudo é mais uma evidência de como o acúmulo de gordura no corpo pode impactar a saúde de várias maneiras, incluindo no cérebro.