Estudo alerta sobre um hábito atual que pode antecipar a puberdade

A puberdade precoce pode ser causada por fatores genéticos ou ambientais; entenda o que o novo estudo descobriu

Por Caroline Vale em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
26/11/2024 05:02

O hábito diário e constante de usar dispositivos eletrônicos, como smartphones e tablets, é uma realidade na infância moderna. Mas um estudo trouxe à tona uma preocupação: a exposição excessiva à luz azul emitida por esses aparelhos pode estar impactando negativamente o desenvolvimento infantil.

Estudo sugere que uso excessivo de telas pode antecipar a puberdade
Estudo sugere que uso excessivo de telas pode antecipar a puberdade - iStock/shironosov

Pesquisadores da Universidade Gazi, na Turquia, analisaram como a luz azul afeta o crescimento e a puberdade em ratos de 21 dias. O estudo foi apresentado no 62º Encontro Anual da Sociedade Europeia de Endocrinologia Pediátrica.

Descobertas do estudo

Durante a pesquisa, os animais foram divididos e expostos a diferentes ciclos de luz: luz normal, seis horas de luz azul e 12 horas de luz azul por dia. 

Os resultados mostraram que os ratos expostos à luz azul, mesmo por períodos menores, apresentaram um crescimento físico acelerado e começaram a puberdade mais cedo do que aqueles expostos apenas à luz natural.

Essas descobertas chamaram atenção para possíveis impactos em crianças, que passam cada vez mais tempo em frente a telas de dispositivos eletrônicos.

A puberdade precoce acontece quando os hormônios sexuais começam a ser produzidos antes do tempo esperado, resultando em mudanças físicas e hormonais mais cedo. Isso pode ser influenciado por fatores genéticos ou até mesmo ambientais. Entre os sinais da puberdade precoce estão o crescimento acelerado, desenvolvimento dos órgãos reprodutivos e alterações emocionais antes da idade habitual. 

Qual é o impacto da luz azul em humanos?

Embora os dados sejam significativos, o líder do estudo, Aylin Kılınç Uğurlu, fez questão de destacar que os resultados obtidos em ratos não podem ser diretamente aplicados aos humanos.

Contudo, os achados servem de alerta, especialmente considerando que muitas crianças passam longas horas em frente a telas sem supervisão ou controle.

Os cientistas planejam aprofundar os estudos para entender melhor os efeitos de longo prazo da luz azul no desenvolvimento infantil e buscar medidas preventivas.

O que os pais e responsáveis podem fazer?

Apesar de mais pesquisas serem necessárias, é prudente adotar medidas para minimizar a exposição de crianças à luz azul, como:

  • Estabelecer limites de tempo;
  • Preferir atividades offline, incentivando brincadeiras, leitura e interação social;
  • Desligar as telas antes de dormir;
  • Usar filtros de luz azul.