Este hábito do sono aumenta risco de diabetes tipo 2, indica estudo

De acordo com os pesquisadores, não é possível reduzir o risco associado à privação do sono apenas adotando uma dieta saudável

Hábito do sono está ligado ao desenvolvimento de diabetes
Créditos: iStock/demaerre
Hábito do sono está ligado ao desenvolvimento de diabetes

A qualidade e quantidade de sono podem desempenhar um papel crucial na prevenção de doenças crônicas, incluindo o diabetes tipo 2. Isso é o que aponta um estudo publicado pela JAMA Network Open, que correlaciona diretamente a privação de sono com um risco aumentado de desenvolver essa condição médica.

Embora muitos possam tentar compensar noites mal dormidas com hábitos alimentares saudáveis, o estudo sugere que essa estratégia pode não ser suficiente para afastar o risco do diabetes tipo 2.

Realizado por pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia, o estudo compilou dados de quase 250 mil pessoas, retirados do banco de dados UK Biobank.

Qual a relação do sono com a diabetes?

Ao monitorar esses indivíduos ao longo de uma década, observou-se que aqueles que dormiam entre três a cinco horas por noite apresentavam um risco maior de desenvolver diabetes tipo 2.

Por outro lado, um estilo de vida que inclui uma alimentação equilibrada mostrou-se eficaz na redução do risco da doença, mas não foi suficiente para aqueles cuja duração do sono era inferior a seis horas.

Estudo relaciona boa noite de sono com prevenção de diabetes tipo 2
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Estudo relaciona boa noite de sono com prevenção de diabetes tipo 2

O papel do sono adequado na saúde geral

Christian Benedict, professor e investigador do sono, e principal autor do estudo, enfatiza que a falta de sono deveria ser uma preocupação de saúde pública, comparável à dieta e ao exercício físico. “Os efeitos da privação de sono na saúde são complexos e podem variar dependendo de fatores genéticos e pessoais”, explica.

Pois a influência genética pode determinar como a privação de sono afeta o metabolismo do açúcar, influenciando o risco de diabetes.

Além disso, vale ter em mente que cada pessoa tem uma necessidade variável de horas de sono para funcionar otimamente, o que pode influenciar sua saúde geral.

Como uma noite completa de sono pode prevenir o diabetes tipo 2?

O sono de qualidade ajuda na regulação hormonal e no processamento correto da glicose no corpo. Interromper esse processo pode levar à resistência à insulina, uma característica marcante do diabetes tipo 2.

Os adultos devem buscar entre 7 a 8 horas de sono de qualidade por noite. Estratégias como manter um horário regular de sono, criar um ambiente tranquilizador para dormir e evitar estimulantes perto da hora de deitar pode facilitar esse objetivo.

Conforme informações da Sociedade Brasileira de Diabetes, mais de 13 milhões de brasileiros convivem com o diabetes, representando cerca de 7% da população do país. Controlar esta doença passa por uma combinação de mudanças de hábitos, incluindo tanto a dieta quanto a quantidade de sono diário.

Quando os níveis de glicose no sangue estão elevados, os sintomas podem variar dependendo da gravidade e da duração do aumento.

Quais são os sintomas quando a glicose está alta?

  • Sede excessiva: sentir uma necessidade constante de beber água;
  • Micção frequente: urinar com mais frequência do que o habitual;
  • Fome excessiva: sentir fome mesmo depois de comer;
  • Fadiga: sentir-se cansado ou com pouca energia;
  • Visão embaçada: experimentar visão turva ou embaçada;
  • Pele seca: ter a pele seca ou com coceira;
  • Perda de peso inexplicada: perder peso sem tentar fazê-lo;
  • Infecções frequentes: ser mais suscetível a infecções, como infecções urinárias ou cutâneas;
  • Cicatrização lenta de feridas: por fim, feridas que demoram mais tempo para cicatrizar do que o normal.

É importante notar que nem todas as pessoas com hiperglicemia (níveis elevados de glicose) apresentam sintomas óbvios.

Por isso, é fundamental fazer exames regulares de glicose no sangue, especialmente se você tiver fatores de risco para diabetes, como histórico familiar, excesso de peso ou inatividade física.