Homem trans dá à luz em SP: ‘Papai fez muito esforço em sua saída’
"Momento tão mágico e animalesco", descreve o pai após o parto
Apolo, um bebê gerado por homem trans chegou ao mundo na última quinta-feira, 9, cercado de amor. O menino é fruto da união de um casal de artistas trans, Isis Broken e Lourenzo Gabriel, conhecido pelo nome artístico Aqualien. O músico Aqualien foi quem gerou a criança.
“Papai fez muito esforço e colocou muito amor em sua saída, mamãe ficou horas em pé sem conseguir pregar o olho pra te ter por perto o máximo possível”, publicou o casal em suas redes sociais após o nascimento do filho.
O bebê nasceu de parto normal e saudável. Nas redes sociais dos pais, amigos enviaram várias mensagens de apoio e comemoração pela chegada de Apolo.
- Entenda os sintomas da pressão alta e evite problemas cardíacos
- USP abre vagas em 16 cursos gratuitos de ‘intercâmbio’
- Psoríase: estudo revela novo possível fator causal da doença de pele
- Escovar os dentes ajuda a prevenir grave doença, revela Harvard
O casal também explicou o significado do nome do filho: “Apolo significa espírito de calor, e não poderia ter outro nome ou significado que preenchesse tudo que senti nesse momento tão mágico e animalesco”.
Em entrevista à revista Crescer, Aqualien contou que não planejava a gravidez.
“Eu tomava hormônio há cerca de 4 anos e, por causa de falta de médicos especializados em sexualidade e gênero no Guarujá, parei de fazer a hormonização. Mas como eu tomei por tanto tempo, pensei que poderia ser estéril, já que a testosterona pode afetar o útero. Então, nem cogitei a possibilidade disso acontecer”, disse.
Ele também contou que ao ser descobrir gestante, teve que deixar de tomar os hormônios, o que fez seu corpo voltasse a ter formas mais femininas, como antes.
“Foi um processo de redescobrir meu próprio corpo, aprender a me enxergar de uma nova perspectiva e entender que meu corpo — o corpo de um homem —, também pode gerar uma vida, e que também é um privilégio. Hoje, entendo que é um processo no qual precisei passar. E quando acabar, vou poder voltar a me hormonizar. Hoje, entendo que meu corpo é um corpo potente, político e revolucionário”, afirmou à Crescer.