Homem trans revela desafios e alegria de gerar o filho
Gestação foi tranquila, porém ele relata as precariedades ainda existentes no sistema de saúde, quando se trata da assistência à população trans
O técnico em informática Theo Brandon, de 24 anos, contou à revista Crescer sua experiência como homem trans de gerar o filho, Dionísio, hoje com 11 meses. “A minha gestação foi pedagógica. Não apenas pedagógica para nós e nossos amigos, mas também para os profissionais de saúde e toda a sociedade”, declarou à repórter Amanda Oliveira.
Na ânsia de ser pai, no início, ele diz que pensou no processo de adoção, mas foi encorajado a gestar uma criança depois de conhecer amigos trans que engravidaram. Foi então, que decidiu juntamente com a esposa, Yuna Vitória, uma mulher trans, interromper o tratamento com hormônios masculinos que fazia para poder engravidar.
Segundo ele, a gestação foi um processo tranquilo, sem complicações de saúde para ele e o bebê. Os problemas que existiram foram relacionados à transfobia, que segundo ele, por vezes, barrava seu acesso a políticas públicas desenvolvidas para gestantes.
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“Sobre o preconceito, caracterizado nesse contexto como transfobia, há muito, principalmente no âmbito da saúde. Foi complicado estabelecer minha paternidade por onde eu passei, pois nossa cultura ainda é muito cisheteronormativa e as pessoas costumam enxergar o processo de gestação ainda como algo estritamente das mulheres, o que não é verdade, existem homens (trans) que tem a capacidade de gestar e que não tem problemas com isso, e as pessoas precisam compreender essa realidade e adequar suas rotinas, pessoais e profissionais, a elas”, disse.
Theo amamentou o filho até o quarto mês, quando decidiu retomar o tratamento com hormônios. Hoje, a criança está com 11 meses e saudável.
Confira na matéria abaixo a emoção e a beleza de parto humanizados de homens trans, que vão servir de inspiração para outros gestantes: