Novas evidências sugerem que o horário em que se faz as refeições pode ter um impacto significativo na saúde do coração.

Segundo um estudo da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, publicado na revista Circulation da Associação Americana do Coração, ajustar o tempo das refeições pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares, como ataque cardíaco e derrame, ao lado de uma alimentação balanceada.

Como o horário das refeições afeta o metabolismo?

O corpo humano é regido por um “relógio biológico” que influencia diversos processos, incluindo o metabolismo dos alimentos.

Quando comemos fora dos horários naturais do nosso organismo, podemos desregular esse relógio, o que afeta a forma como metabolizamos nutrientes.

Estudos em animais mostraram que refeições feitas em momentos inadequados — como durante o descanso — podem resultar em ganho de peso, resistência à insulina e aumento da inflamação. Essas condições estão diretamente ligadas a um maior risco de problemas cardíacos.

Embora testes em humanos ainda sejam necessários para confirmar esses achados, os especialistas já sugerem prestar atenção ao momento das refeições.

Não pule o café da manhã

Ignorar o café da manhã pode parecer uma solução rápida para ganhar tempo, mas pode ter um preço alto para a saúde.

De acordo com o estudo, pessoas que tomam café da manhã regularmente têm menos propensão a desenvolver pressão alta e apresentam um melhor controle sobre o peso.

Em contraste, aqueles que pulam essa refeição — cerca de 20% a 30% da população americana — estão mais expostos a riscos como obesidade, diabetes e aumento de gordura abdominal, fatores que comprometem a saúde cardiovascular.

A primeira refeição do dia ajuda a equilibrar os níveis de energia e a estabilizar o metabolismo, além de evitar que se recorra a alimentos altamente calóricos ao longo do dia.

Planejar as refeições pode prevenir doenças cardiovasculares?

O planejamento consciente dos horários e tipos de alimentos consumidos pode prevenir não só doenças cardíacas, mas também o hábito de comer de maneira emocional, muitas vezes sem fome real.

Esse comportamento pode levar ao consumo de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares e gorduras, prejudicando a saúde a longo prazo.

O estudo recomenda seguir uma dieta rica em frutas, legumes, grãos integrais, proteínas magras (como aves e peixes) e laticínios com baixo teor de gordura. É preciso ter moderação no consumo de alimentos como carne vermelha, produtos ricos em sal e açúcares adicionados.

Além disso, respeitar horários regulares para as refeições pode acabar sendo tão benéfico quanto a qualidade dos alimentos ingeridos.

Como adaptar as refeições à rotina diária?

Em meio a rotinas cada vez mais corridas, muitas pessoas encontram dificuldades em estabelecer horários regulares para suas refeições. No entanto, dedicar um tempo específico para comer, sem distrações, pode melhorar a digestão e o metabolismo, além de ajudar na prevenção de doenças cardíacas.

Os especialistas sugerem que, assim como qualquer outra atividade, a alimentação saudável deve fazer parte de um planejamento diário, incluindo pausas regulares para as refeições e evitando lanches rápidos e desbalanceados.

Comer de forma consciente pode ser um passo simples, mas poderoso, para promover a longevidade e a saúde do coração.