Hospital divulga foto de siamesas após cirurgia de separação

Esta foi a primeira vez que gêmeos unidos pela cabeça foram separados no Brasil

31/10/2018 17:50 / Atualizado em 05/05/2020 12:05

Siamesas foram separadas no domingo depois de mais de 20 horas de cirurgia
Siamesas foram separadas no domingo depois de mais de 20 horas de cirurgia - divulgação/Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto

O Hospital das clínicas de Ribeirão Preto divulgou nesta quarta-feira, 31, a primeira imagem das gêmeas siamesas após cirurgia de separação, feita no último domingo, 28. Na foto, Maria Ysabelle e Maria Ysadora, de 2 anos, aparecem cada uma no colo dos pais. 

O procedimento de separação de gêmeos unidos pela cabeça é inédito no Brasil e durou mais de 20 horas.

O hospital informou que as irmãs cearenses estão internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas respondem bem e já respiram sem ajuda de aparelhos.

Gêmeas nasceram unidas pela cabeça
Gêmeas nasceram unidas pela cabeça - arquivo pessoal

Essa foi a quinta e última intervenção cirúrgica, de uma série iniciada em fevereiro. O procedimento envolveu uma equipe de 40 profissionais, entre neurocirurgiões, cirurgiões plásticos, anestesistas, pediatras e especialistas norte-americanos. Entre eles, James Goodrich, neurocirurgião que desenvolveu essa técnica de separação em etapas.

Segundo ele, com os métodos de separação anteriores a essa técnica, os riscos eram maiores e – muitas vezes – os pais precisavam escolher salvar um ou outro filho.

Equipe contou com especialistas norte-americanos
Equipe contou com especialistas norte-americanos - Divulgação/Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto

Os médicos ainda não sabem determinar se vai haver algum déficit neurológico nas crianças, já que parte do cérebro das meninas também estava unida. Segundo eles, isso não é possível observar agora.

Os pais das gêmeas são de Patacas, distrito de Aquiraz, no Ceará, e estão morando temporariamente no campus da USP, em Ribeirão Preto. Ainda não há previsão de retorno para a cidade natal, pois as gêmeas precisam passar por um  processo longo de recuperação antes de ganharem alta.