Abuso emocional: como identificar e enfrentar essa forma silenciosa de violência
Entenda os sinais do abuso emocional, suas consequências e saiba como buscar ajuda para romper esse ciclo nocivo
Reconhecer o abuso emocional pode ser complicado, pois ele geralmente se apresenta de forma discreta, mas suas consequências são profundas.

Por não ter sinais evidentes, o abuso emocional pode passar despercebido, mesmo sendo igualmente prejudicial à saúde mental e ao bem-estar.
O que caracteriza o abuso emocional?
Esse tipo de abuso ocorre quando alguém usa manipulação, humilhação, controle ou isolamento para dominar outra pessoa emocionalmente.
Ele pode se manifestar por meio de palavras, atitudes ou omissões, e pode partir de parceiros, familiares, chefes ou colegas. O objetivo é minar a autoestima e a autonomia da vítima, que muitas vezes se sente presa e incapaz de agir.
Entre as estratégias comuns estão o gaslighting — que faz a pessoa duvidar da própria percepção — e a projeção, quando o agressor transfere suas falhas para o outro, culpando-o injustamente.

Quais sinais indicam abuso emocional?
Algumas atitudes frequentes revelam esse tipo de abuso, mesmo que não sejam evidentes à primeira vista:
- Controle e isolamento: limitações sobre com quem e quanto tempo a pessoa pode se relacionar, controle excessivo das redes sociais, mensagens e ligações, além do afastamento imposto de amigos e familiares.
- Silenciamento (stonewalling): recusa em dialogar, ignorar sentimentos, evitar contato visual ou se retirar de conversas importantes.
- Retenção emocional: demonstrações de raiva contidas ou ausência de afeto, aumentando o sentimento de abandono e ansiedade da vítima.
- Bombardeio de afeto (love bombing): alternância entre demonstrações exageradas de carinho e agressividade, usada para manipular e confundir.
Como o abuso emocional afeta a saúde?
No curto prazo, a pessoa pode sentir vergonha, medo, confusão e baixa autoestima. Também são comuns sintomas físicos como palpitações, dores musculares, problemas digestivos e alterações no sono e apetite.
A longo prazo, o impacto pode evoluir para transtornos como ansiedade, depressão, estresse pós-traumático, distúrbios alimentares e até pensamentos suicidas.
O que fazer ao perceber o abuso?
Sair de uma relação abusiva com alguém nem sempre é simples, mas reconhecer o problema é o primeiro passo. É fundamental:
- Não se culpar. O abuso é escolha do agressor, não da vítima.
- Buscar apoio em amigos, familiares ou profissionais de saúde mental.
- Estabelecer limites claros sobre comportamentos que não serão aceitos e agir com firmeza.
- Evitar discussões quando possível e criar um plano de segurança para sair da situação de forma segura.
- Reduzir ou cortar comunicação com o agressor, inclusive nas redes sociais.
Onde buscar ajuda?
No Brasil, a Central de Atendimento à Mulher pelo telefone 180 oferece suporte e encaminhamento para quem enfrenta violência, incluindo abuso emocional.
O serviço auxilia com informações sobre direitos e locais para acolhimento, como casas de apoio, delegacias especializadas e centros de referência.
Procurar ajuda é fundamental para romper o ciclo de violência e reconstruir a autoestima e a autonomia.