Entenda o implante elétrico que fez 3 paraplégicos voltarem a andar
Eletrodos desenvolvidos por pesquisadores suíços estimulam nervos para ativar movimento das pernas
Um implante elétrico revolucionário fez com que três paraplégicos voltassem a andar com o apoio de muletas ou andadores. Os pacientes tinham paralisia completa da cintura para baixo há mais de um ano por conta de lesões na medula espinhal.
“Todos os três pacientes imediatamente após a cirurgia conseguiram se levantar e andar”, disse Jocelyne Bloch, do Hospital Universitário de Lausanne, na Suíça, que realizou a cirurgia.
Como funciona o implante?
O sistema de implante é controlado por software de inteligência artificial que estimulam eletricamente os nervos da região da medula espinhal que ativa os músculos do tronco e das pernas.
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Um dos pacientes que passou pela cirurgia, o italiano Michael Roccati, de 29 anos, teve a medula espinhal completamente rompida após um acidente de moto. Ele estava em uma cadeira de rodas há quatro anos, sem nenhuma sensação nas pernas e foi a primeira pessoa do mundo a conseguir andar depois deste tipo de lesão.
Com o novo eletrodo implantado em sua medula espinhal, Michael só precisou apertar um botão anexado em seu andador. O aparelho está conectado sem fio a um tablet que encaminha os sinais para um marcapasso implantado em seu abdômen.
O marcapasso, por sua vez, retransmite os sinais para o eletrodo espinhal implantado que estimula neurônios específicos, fazendo com que Michael consiga se mover.
Ao apertar o botão do lado direito do andador com a intenção de dar um passo à frente com a perna esquerda, seu pé esquerdo sobe como mágica e pisa no chão alguns centímetros à frente. O mesmo acontece quando ele aciona o botão do lado esquerdo.
“Os primeiros passos foram incríveis – um sonho tornado realidade!” contou ele ao Daily Mail. “Passei por um treinamento bastante intenso nos últimos meses e estabeleci uma série de metas. Por exemplo, agora posso subir e descer escadas e espero poder caminhar um quilômetro nesta primavera.”
Dois outros pacientes também testaram com sucesso o novo sistema, que é descrito em um artigo publicado na revista Nature Medicine.
“Nossa inovação aqui são os eletrodos implantados mais longos e mais largos com eletrodos dispostos de uma maneira que corresponde exatamente às raízes dos nervos espinhais”, diz Bloch. “Isso nos dá um controle preciso sobre os neurônios que regulam músculos específicos”.
Veja os primeiros passos dados pelo italiano Michael Roccati: