Injeção acelera o corpo a destruir tumores; entenda

Cientistas estão trabalhando em uma injeção que ajuda o corpo a reconhecer e combater tumores, assim como ocorre com a gripe.

O estudo, que envolveu ratos com câncer de pele melanoma, é do Cancer Research UK e da Universidade de Glasgow.

Injeção poderia ajudar o corpo identificar a ameaça do câncer e combater tumores de forma mais agressiva
Créditos: BrianAJackson/istock
Injeção poderia ajudar o corpo identificar a ameaça do câncer e combater tumores de forma mais agressiva

A equipe de pesquisa descobriu que os tumores enganam não apenas as células imunitárias que os rodeiam, fazendo-as não reconhecer o quão perigosos são, mas também os gânglios linfáticos – uma parte importante do sistema imunológico.

Esses gânglios linfáticos desempenham um papel importante no combate ao câncer, mas no momento eles respondem a ele como se fosse um pequeno corte no dedo.

Como funciona a injeção?

Os pesquisadores analisaram especificamente células do sistema imunológico de camundongos – chamadas células dendríticas – que também existem em humanos.

Existem dois tipos de células dendríticas, uma que existe nas células que se tornam tumorais e aquelas que vivem nos gânglios linfáticos, uma parte fundamental do sistema imunológico.

Estudo teve êxito em ratos com câncer de pele melanoma
Créditos: vkovalcik/istock
Estudo teve êxito em ratos com câncer de pele melanoma

Assim que o câncer começa, as células dendríticas do câncer movem-se em direção aos gânglios linfáticos, mas, uma vez lá, não emitem o mesmo nível de alerta de perigo às células dendríticas dos gânglios linfáticos como fazem quando o vírus da gripe está presente.

Os pesquisadores então injetaram nos ratos um código genético artificial, como o visto no vírus da gripe, o que fez o câncer parecer perigoso, e os gânglios linfáticos reagiram com mais força.

Esperança para o futuro

O estudo, publicado na revista Science Immunology, aumenta a esperança de que uma injeção semelhante possa ajudar pacientes humanos a terem uma resposta imunológica melhor contra o câncer.

De acordo com os pesquisadores, isto poderia permitir que os cânceres fossem detectados numa fase inicial e combatidos pelo próprio sistema imunitário do paciente, em vez de tratamentos severos que são necessários numa fase posterior.

O próximo passo da investigação será examinar mais profundamente a forma como o sistema imunológico comunica, como recebe sinais que o alertam sobre ameaças e como compreende a importância da ameaça.