Insetos na dieta: ONU, estudos e empresas apostam nessa opção
Empreendedores do setor alimentício estão sempre em busca de inovações saborosas para conquistar o público.
Apesar de parecer estranho, muitos estão apostando que comidas com insetos serão uma tendência de mercado por seus benefícios ambientais e para saúde.
Outro estímulo para aderir à dieta vem também de estudo da FAO, órgão da ONU para alimentação, que defende os insetos como uma resposta para o combate à fome no futuro, quando os atuais modelos de alimentação serão insuficientes para alimentar 9 bilhões de pessoas (estimativa para população mundial em 2050).
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Por que insetos?
Segundo estudo de 2015 da FAO, “o uso de insetos como alimento, tanto para humanos quanto na nutrição animal, confere muitos benefícios ao meio ambiente, à saúde, à sociedade e como meio de subsistência”.
O mercado mundial de insetos comestíveis- que tem milk-shakes, biscoitos de proteína (de pó de grilo) e outros alimentos feitos, por exemplo, com larvas de drosófilas e minhocas – deve movimentar mais de 1 bilhão de dólares até 2022, de acordo com a Arcluster, empresa de Cingapura que pesquisa tendências.
Estudos no Brasil buscam quebrar tabu e incentivar consumo
Estudantes da Universidade Federal de Rio Grande (FURG), no Rio Grande do Sul usaram abarata cinérea para produzir uma farinha que pode ser adicionada em receitas de pães, bolos, etc. O resultado da pesquisa mostrou que o uso da farinha pode trazer benefícios para o meio ambiente e também para saúde, como informa o Minha Vida, parceiro do Catraca Livre.
Pesquisadores do departamento de gastronomia da Universidade Federal do Ceará (UFC) misturam insetos em receitas – como tapioca e brigadeiro- e buscam criar alternativa a alimentos convencionais e apresenta-los à população para quebrar o “tabu”.
“Eles vão agregar valor proteico e crocância para o paladar”, explica Rafael Queiroz, professor de gastronomia na UFC ao G1.
Durante um congresso interno da universidade, os quitutes com insetos foram servidos e, segundo Paula Jéssica, estudante de biologia da universidade, aprovados: “Não sobrou nada”.
Segundo Cristiane Coutinho, doutoranda em agronomia na UFC, é difícil que haja uma aceitação e mudança de hábito alimentar imediata.
“Mas a gente está mostrando a importância do inseto na alimentação, que tem proteína, entre outras substâncias necessárias para o desenvolvimento humano, e mostrando que isso é algo que vai acontecer num futuro. A gente está divulgando primeiramente a importância”, afirma Coutinho.
É importante lembrar que não é qualquer inseto que tem o consumo recomendado, apenas algumas espécies são indicadas e devem ser criadas condições ideais de higiene. Saiba mais sobre estudos e esse novo mercado no G1.