Entenda a condição rara que faz jovem ter a vagina pouco desenvolvida

Inglesa passará por um longo tratamento que possibilitará que ela tenha relações sexuais sem dor

A jovem inglesa Tk Kennedy tinha 17 anos quando foi diagnosticada com síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (MRKH), a condição fez com que ela nascesse sem útero e com a vagina pouco desenvolvida.

A síndrome não foi tão facilmente descoberta. Inicialmente, por não menstruar, os médicos suspeitaram que ela sofresse com a síndrome do ovário policístico. Só após realizar ultrassom, eles perceberam que ela não tinha útero e encaminharam para especialistas que fecharam o diagnóstico correto.

 Condição foi descoberta na adolescência
Créditos: reprodução/Kennedy News and Media
 Condição foi descoberta na adolescência

Tratamento do canal vaginal

Hoje com 20 anos, Kennedy precisará passar por um longo tratamento para dilatar o canal vaginal, que inclui o uso de dilatadores por 40 minutos duas vezes ao dia por pelo menos três meses. Esse tratamento irá possibilitar que a jovem tenha relações sexuais.

“Eu tenho um canal vaginal muito curto e não tenho colo do útero ou útero. Meu canal vaginal não está bem desenvolvido, então é muito pequeno. Por isso, não posso ter sexo confortável sem tratamento ou cirurgia”, contou a jovem ao jornal The Mirror.

“Com o tratamento, você usa dilatadores. Começa com um bem pequenininho, do tamanho de seu dedo mindinho, e estica para aumentar o canal da vagina para que quando tenha relações sexuais, seja confortável e sem dor. “Você também pode dilatar durante o sexo, mas é provável que seja muito doloroso porque basicamente não há espaço”, explicou.

Apesar de ter aprendido a abraçar sua condição, Kennedy diz que tem que lidar com a frustração de não poder engravidar.

 Condição não permite que ela engravide
Créditos: reprodução/Kennedy News and Media
 Condição não permite que ela engravide

“Qualquer pessoa com MRKH provavelmente pode concordar e relatar que um dos principais comentários é ‘oh, você tem tanta sorte de não ter menstruação’. Mas na verdade eu não tenho sorte porque estou perdendo algo muito melhor do que não menstruar”, disse.

A jovem dirige um instituto que visa apoiar mulheres jovens e recém-diagnosticadas com a doença. Ela disse que ganhou “outra família” com seu envolvimento. “Quando conheci minha melhor amiga com MRKH, ela me ajudou a perceber que eu não precisava sofrer em silêncio, tenho alguém com quem chorar. Agora, posso ajudar outras pessoas com isso, apoiá-los e espalhar a consciência, e um dia eu poderia ter um filho meu por meio da adoção e dar a eles uma família amorosa”.

Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (MRKH)

De acordo com um artigo médico do grupo Fleury, a incidência estimada da síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser (MRKH) é um caso para cada 4 a 5 mil nascimentos.

A condição é uma malformação congênita caracterizada, na maioria das vezes, pelo encurtamento ou mesmo ausência do canal vaginal. A alteração normalmente é descoberta a partir do exame ginecológico.

Além da história e do exame físico, os estudos de imagem têm papel central no diagnóstico da síndrome, uma vez que permitem a avaliação do grau e da extensão das anormalidades ginecológicas.