Lente de contato mede nível de glicose nas lágrimas

A ideia é usar as lentes em substituições às incômodas picadas nos dedos

Lente de contato mede glicose
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Lente de contato mede glicose

Uma lente de contato inteligente é capaz de medir o nível de glicose por meio de uma análise das lágrimas. Os primeiros testes realizados em coelhos foram publicados na revista científica Science Advances.

O dispositivo tecnológico contém um sensor de glicose minúsculo e um chip wireless que fazem o monitoramento constante. A ideia é substituir as incômodas picadas nos dedos. Quem sofre com diabetes precisa furar o dedo de duas a 10 vezes por dia. O que acontece é que muitas pessoas acabam não fazendo esse acompanhamento na frequência adequada.

A invenção só é possível porque há uma correlação entre a concentração de glicose na lágrima e no sangue. Isso sugere que a medição da glicose através da lágrima é uma potencial alternativa ao método convencional.

Ainda não se sabe quando os testes clínicos começarão em humanos, pois – segundo as empresas à frente do dispositivo – esse é um processo tecnicamente complexo.

Lente poderia substituir as picadas nos dedos
Créditos: Andrey Popov - Fotolia
Lente poderia substituir as picadas nos dedos

A importância do controle do diabetes

O diabetes vem crescendo no mundo todo. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), em 1980, 108 milhões de pessoas tinham a doença. Em 2014, esse número saltou para 422 milhões.

Diabetes Mellitus é uma doença caracterizada pela elevação da glicose no sangue (hiperglicemia). Um simples exame de sangue pode revelar a existência ou não de diabetes.

É importante dizer que há dois tipos da doença: Tipo 1 e Tipo 2. A diabetes Tipo 1, o tipo mais raro, está  presente em cerca de 5 a 10% das pessoas com diabetes. Ela é uma doença autoimune, ou seja, o organismo ataca erroneamente as células do pâncreas, causando a destruição das células que produzem insulina.

Assim, a falta de produção de insulina para o sangue faz com que haja um acúmulo de glicose na circulação, o que pode trazer malefícios para vários órgãos, como insuficiência renal, retinopatia ou cetoacidose diabética.

Já o Tipo 2 é o mais comum e é causado por fatores genéticos juntamente com maus hábitos de vida, como consumo exagerado de açúcar e gordura, além do sedentarismo. Isso tudo também provoca defeitos na produção da insulina. Apesar desse tipo ser mais comum em pessoas com mais de 40 anos, vem crescendo o número de diagnósticos do tipo 2 em indivíduos mais jovens.