Mãe compartilha foto de filha que morreu de overdose como alerta

A norte-americana Cheryl Towery, 49, fez um alerta comovente nesta segunda-feira, 14, sobre os perigos do uso de drogas.

Cheryl Tower e a filha, Elaina, antes da internação
Créditos: © Facebook
Cheryl Tower e a filha, Elaina, antes da internação

Ela compartilhou uma foto com a filha, Elaina, 22, momentos antes dos aparelhos que a mantinham viva serem desligados. A jovem entrou em coma devido a uma overdose de heroína, como mostra matéria do Daily Mail.

“Ela é minha única filha, minha melhor amiga. Ela deveria começar em seu novo emprego hoje, agora ela está no suporte vital”, disse.

Para ela, o único consolo é que outros vejam a foto de despedida da filha e que isso possa ajudar a evitar que outras pessoas se tornem dependentes químicas.

Para mãe, consolo é que outros vejam foto de despedida da filha e que ajude a evitar que outras pessoas se tornem dependentes químicas
Créditos: © FOX2
Para mãe, consolo é que outros vejam foto de despedida da filha e que ajude a evitar que outras pessoas se tornem dependentes químicas

Towery disse que na noite de quinta-feira, Elaina parou em uma lanchonete de Detroit para usar o banheiro, mas um amigo estranhou que após 25 minutos a jovem ainda não tinha saído. Logo depois os funcionários do estabelecimento encontraram a garota inconsciente no chão do sanitário.

A filha de Cheryl lutava contra a dependência química, já havia tido cinco overdoses e buscado ajuda em cinco centros de tratamento diferentes. Segundo a mãe, o problema começou em 2010, quando Elaina consumiu exageradamente remédios – prescritos por um médico – para lidar com um relacionamento abusivo com o pai de seu filho, Christopher, de 5 anos.

Nesta segunda-feira, depois que ficou claro que os órgãos vitais de Elaina estavam falhando e que não havia atividade cerebral, Towery tomou a decisão de remover a filha dos aparelhos de suporte vital.

“Eu não estava preparada para o que vi na sala de emergência”, disse a mãe.

Automedicação pode levar ao vício e estimular efeitos colaterais

O uso abusivo de medicamentos controlados já supera o consumo somado de heroína, cocaína e ecstasy, segundo relatório apresentado este ano pelo Departamento Internacional de Controle de Narcóticos, órgão ligado à ONU. O psiquiatra Marcelo Niel, do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Unifesp (Proad), atribui o aumento da procura por medicamentos psicotrópicos ao estilo de vida da população. “Os problemas como estresse e ansiedade têm crescido cada vez mais e fazendo com que as pessoas busquem aplacar estes males”, diz em matéria ao Minha Vida, parceiro do Catraca Livre.

O abuso de remédios, mesmo os que não precisam de receita, pode prejudicar a saúde e levar ao início de dependência química, que pode passar para drogas ilícitas como no caso de Elaina.

“Quando um medicamento é usado frequentemente, ainda que em pequenas quantidades, sofre uma diminuição progressiva do seu efeito. Ou seja, o indivíduo que antes melhorava com um comprimido, agora precisa de dois”, afirma Rosany Bochner, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde.

No Brasil, 80 milhões de pessoas têm o hábito de se automedicar, segundo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma). “A automedicação vem de uma forte questão cultural. É difícil mudar isso. Todas as casas têm um monte de medicamentos e as pessoas cada vez mais pensam que sabem resolver seus problemas sem a ajuda do médico”, afirma Bochner.

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