Mães vacinadas produzem leite com anticorpos contra covid-19

Os níveis de anticorpos em amostras de leite foram aumentando semanas após as mulheres receberem as doses da vacina

Um estudo publicado na revista científica americana “The Journal of the American Medical Association (JAMA)” descobriu que mães vacinadas contra covid-19 produzem leite com anticorpos.

De acordo com os pesquisadores, os anticorpos produzidos são de dois tipos específicos contra o novo coronavírus: o IgA e o IgG. Eles acreditam que esses anticorpos poderiam ser uma fonte de proteção aos bebês recém-nascidos, porém, são necessários mais estudos sobre isso.

“Os anticorpos encontrados no leite materno dessas mulheres mostraram fortes efeitos neutralizantes, sugerindo um potencial efeito protetor contra infecção em bebês”, afirmam os cientistas no artigo.

Estudo descobre anticorpos específicos para SARS-CoV-2 no leite materno após a vacinação das mães
Créditos: Amanda Caroline da Silva/istock
Estudo descobre anticorpos específicos para SARS-CoV-2 no leite materno após a vacinação das mães

O estudo envolveu 84 mulheres em Israel entre 23 de dezembro de 2020 e 15 de janeiro deste ano. O grupo de voluntárias forneceu amostras de leite materno congeladas após receberem duas doses da vacina da Pfizer-Biontech, com 21 dias de intervalo.

Amostras de leite materno foram coletadas antes da administração da vacina e, em seguida, uma vez por semana durante 6 semanas, começando na semana 2 após a primeira dose. Ao todo, foram coletadas 504 amostras de leite materno, que foram mantidas congeladas enquanto aguardavam análise.

Os níveis médios de anticorpos IgA específicos anti-SARS-CoV-2 no leite materno aumentaram rapidamente e foram significativamente elevados 2 semanas após a primeira dose de vacina.

Enquanto que na primeira semana, 61,8% das amostras apresentaram anticorpos IgA contra a covid. Após a segunda dose da vacina, esse percentual subiu para 86,1%.

Já os anticorpos IgG específicos anti-SARS-CoV-2 permaneceram baixos nas primeiras 3 semanas, com um aumento na semana 4, quando 91,7% das amostras foram positivas, aumentando para 97% em semanas 5 e 6.

Segundo os pesquisadores, nenhuma mãe ou bebê experimentou qualquer evento adverso sério durante o período do estudo.