Manchas, cor e textura da língua que dizem muito sobre sua saúde

A língua, embora muitas vezes negligenciada nos cuidados diários, desempenha funções cruciais na fala, deglutição e paladar. Mais do que isso, pode atuar como um verdadeiro “termômetro” da saúde, apontando alterações que vão desde deficiências nutricionais até doenças mais graves.

“Em situações normais, a língua tem coloração rosa clara e textura levemente rugosa”, explica o cirurgião-dentista Leandro Toyoji Kawata, do Centro de Especialidades Odontológicas Capão Redondo (CEJAM), em São Paulo. Mudanças nesse padrão podem sinalizar problemas de saúde bucal ou sistêmica e demandam atenção imediata.

Cor, textura e tamanho: sinais que merecem atenção

• Uma língua esbranquiçada pode indicar a presença de saburra lingual — uma camada formada por restos de alimentos, bactérias e células mortas, comumente associada à má higiene bucal. Além disso, placas brancas podem ser sinais de infecções fúngicas, como a candidíase oral.
• Já a coloração avermelhada pode denunciar uma infecção bacteriana, como sífilis. Se a tonalidade for amarelada, o alerta pode ser para icterícia ou até amiloidose, uma condição rara relacionada ao acúmulo de proteínas no organismo.
• Mudanças no tamanho e na textura da língua também são indicadores relevantes. Uma língua inchada pode sugerir acromegalia — causada por excesso de hormônio do crescimento — enquanto uma superfície lisa pode estar ligada à anemia. Nódulos e feridas, por sua vez, podem representar desde pequenas aftas até tumores malignos.

“É fundamental observar qualquer alteração, especialmente manchas, feridas persistentes e nódulos. Em gestantes, por exemplo, pode surgir um nódulo sangrante chamado granuloma piogênico”, alerta Kawata. Doenças autoimunes também podem se manifestar por meio de manchas específicas.

Cuidar da língua é cuidar da saúde

A higiene da língua deve fazer parte da rotina de cuidados bucais. Escovar a superfície com uma escova sem pasta ou utilizar raspadores específicos ajuda a remover a saburra e prevenir o mau hálito. O autoexame em frente ao espelho, aliado a consultas regulares ao dentista, pode salvar vidas.

“Alterações na língua podem ser percebidas em exames clínicos simples, como a língua geográfica, caracterizada por manchas em forma de mapa. Em outros casos, são necessários exames complementares para um diagnóstico preciso”, conclui o especialista.

Raspador de língua: pequeno aliado da saúde bucal

O uso diário do raspador de língua remove bactérias, combate o mau hálito e melhora o paladar. Especialistas destacam seu papel complementar à escovação. Simples, acessível e eficiente, o item ganha espaço nas rotinas de higiene bucal e conquista adeptos preocupados com saúde e bem-estar. Clique aqui para saber mais.