Autismo: Marcos Mion é surpreendido pelo filho e dá lição de amor

17/07/2017 19:45

Marcos Mion é conhecido publicamente por militar pelo acolhimento e a inclusão de crianças do espectro autista. Pai de Romeo, de 12 anos – diagnosticado com o transtorno quando ainda era bebê -, o apresentador vivenciou uma experiência comum para quem é pai de uma criança com distúrbios sensoriais: lidar com o inesperado.

De férias, ele estava com a família – além de Romeo, a esposa e os filhos Donatella, de cinco anos, e Stefano, de sete – em um restaurante luxuoso quando foi surpreendido pela espontaneidade do pequeno. Sem nenhum motivo aparente, Romeo começou a cantar o hit “Ih! Que isso, hein? Michael Douglas!”, funk eletrônico de João Brasil.

Poderia ser só mais uma situação cômica/inusitada com a qual os pais estão acostumados a lidar. Porém, Marcos Mion, que é autor do livro “A Escova de Dentes Azul“, sobre autismo, fez dela uma oportunidade para refletir sobre as particularidades de uma criança com o transtorno, explicando como funciona o cérebro e como são recebidos os estímulos externos. “Como lidar? É muito amor”, escreveu o apresentador no texto publicado em seu Instagram.

“O cérebro da criança com autismo funciona de uma forma diferente, tanto das pessoas que não estão no espectro, quanto entre eles, mas pelo que conseguimos juntar entre relatos dos que evoluíram a ponto de conseguir nos contar como é, podemos concluir que os pensamentos, ideias, vontades e memórias não tem ‘começo, meio e fim’, todas essas informações flutuam sem controle, variando de acordo com as vontades, anseios e lembranças antigas ou que tem uma situação repetida como gatilho. Por isso as crianças com autismo repetem a mesma pergunta inúmeras vezes, não é porque eles querem ou não entenderam, mas sim porque a dúvida fica voltando na cabeça sem parar!”

Mion destaca as singularidades do convívio social, que para muitas crianças desse espectro se transforma em um desafio, e sugere que o verdadeiro acolhimento social passa por entender que os comportamentos repetitivos são também uma forma de comunicação e organização dessas crianças.

“Quando evoluem, sabem que não devem repetir, mas é mais forte que eles. Por isso, quando vemos uma pessoa com autismo, trafegando bem entre concessões sociais, temos que dar os parabéns, pois o esforço de auto controle é enorme!”, escreveu.

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