Por que a mastigação ajuda a prevenir o diabetes?

Alimentos bem mastigados ajudam melhorar a digestão

22/11/2024 11:00

Pesquisa revela dieta que pode levar ao diabetes – webphotographeer/istock
Pesquisa revela dieta que pode levar ao diabetes – webphotographeer/istock - webphotographeer/istock

Mastigar com calma é mais do que um hábito – é um aliado da saúde. Isso porque a forma como processamos os alimentos na boca pode moldar diretamente nossa saúde metabólica, ajudando a reduzir riscos como o diabetes tipo 2.

Por trás da mastigação: mais do que um movimento automático

A mastigação é o ponto de partida do processo digestivo. Quando trituramos os alimentos adequadamente, criamos partículas menores que otimizam o trabalho das enzimas digestivas, favorecendo a absorção de nutrientes.

Pesquisas publicadas no American Journal of Clinical Nutrition revelaram que mastigar cada pedaço cerca de 40 vezes pode reduzir os níveis de grelina – o hormônio que desperta a fome – enquanto aumenta os hormônios intestinais responsáveis pela sensação de saciedade.

Esse simples ajuste no ritmo das refeições pode ajudar a evitar exageros alimentares e contribuir para o controle do peso.

Além disso, alimentos bem mastigados oferecem uma área maior de contato para as enzimas, melhorando a digestão e permitindo que o organismo aproveite ao máximo os nutrientes.

Mastigação lenta e o risco de diabetes

A velocidade da mastigação também afeta o metabolismo de forma surpreendente. De acordo com o Annals of Pediatric Endocrinology & Metabolism, pessoas que comem apressadamente têm maior probabilidade de desenvolver resistência à insulina, um dos fatores iniciais do diabetes tipo 2.

A resistência à insulina acontece quando as células deixam de responder de forma eficaz à insulina, provocando altos níveis de açúcar no sangue. Ao mastigar devagar, contribuímos para a regulação da glicemia e para uma melhor sensibilidade à insulina.

Esse benefício ocorre, em parte, graças à saliva. Rica em enzimas, ela inicia a digestão dos carboidratos já na boca, prevenindo picos abruptos de glicose no sangue e reduzindo a sobrecarga metabólica.

Diabetes tipo 2: fatores de risco que devemos observar

  • Genética: histórico familiar aumenta a propensão.
  • Excesso de peso e obesidade: especialmente gordura abdominal.
  • Estilo de vida sedentário: baixa atividade física compromete a saúde metabólica.
  • Dieta desbalanceada: rica em açúcares refinados, carboidratos processados e gorduras saturadas.
  • Pressão arterial alta: associada ao metabolismo desregulado.
  • Alterações nos lipídios: altos níveis de LDL (colesterol “ruim”) e triglicerídeos.
  • Condições específicas: diabetes gestacional e síndrome dos ovários policísticos (SOP).
  • Distúrbios do sono: apneia e sono irregular agravam o risco.
  • Uso de certos medicamentos: como corticosteroides e antipsicóticos.
  • Tabagismo: fator agravante do quadro metabólico.

Moral da história?

Diminua o ritmo à mesa. Cada mordida bem mastigada é um passo para um metabolismo mais equilibrado, uma digestão eficiente e uma proteção poderosa contra o diabetes. Comer devagar é mais do que apreciar a comida – é um cuidado com a saúde.