Medicamentos como o ibuprofeno podem estar associados à redução do risco de demência

Pesquisadores, no entanto, destacam a necessidade de estudos adicionais para confirmar os achados

06/02/2025 21:28

A demência é uma das principais causas de morte no mundo, afetando milhões de pessoas e representando um desafio crescente para a saúde pública. Um novo estudo liderado por pesquisadores das universidades de Cambridge e Exeter revelou que medicamentos comuns, como o ibuprofeno, antibóticos e vacinas, podem estar associados a um risco reduzido de desenvolver a doença.

O que diz o estudo?

A pesquisa revisou 14 estudos anteriores, abrangendo dados de mais de 130 milhões de pessoas e 1 milhão de casos de demência. Os cientistas identificaram que alguns medicamentos amplamente utilizados poderiam ter um impacto positivo na prevenção da doença.

Entre os medicamentos associados a um menor risco de demência estão:

  • Prednisona (corticosteroide)
  • Amoxicilina (antibiótico)
  • Vacinas contra tuberculose, hepatite A e difteria
Medicamentos comuns, como o ibuprofeno, antibóticos e vacinas, podem estar associados a um risco reduzido de desenvolver demência, segundo estudo
Medicamentos comuns, como o ibuprofeno, antibóticos e vacinas, podem estar associados a um risco reduzido de desenvolver demência, segundo estudo - YorVen/istock

Por outro lado, algumas classes de medicamentos, como os usados para diabetes, vitaminas, suplementos e antipsicóticos, foram associadas a um maior risco. Entretanto, os cientistas ressaltam que essa associação não significa necessariamente que esses medicamentos aumentam o risco da doença, pois outros fatores podem estar envolvidos.

Os pesquisadores enfatizam a importância de usar contra a demência medicamentos já aprovados para outras condições, acelerando sua disponibilidade para estes pacientes. Medicamentos previamente licenciados poderiam ser testados mais rapidamente do que o desenvolvimento de novos tratamentos, economizando tempo e recursos.

Limitações do estudo

Apesar das descobertas promissoras, especialistas alertam que ainda são necessárias pesquisas adicionais. Segundo eles, só porque um medicamento específico está associado a um risco alterado de demência, isso não significa necessariamente que ele causa ou de fato ajuda na demência.

A ciência sabe, por exemplo, que o diabetes aumenta o risco de demência, então qualquer pessoa que esteja tomando medicamentos para controlar seus níveis de glicose naturalmente também estaria em maior risco de demência – mas isso não significa que o medicamento aumente o risco.

Os pesquisadores também apontaram que os estudos analisados na revisão não incluíram ensaios clínicos randomizados, o que reduz a confiabilidade dos resultados.