Medicamentos comuns prescritos para milhões de pessoas aumentam o risco de colapso mental

Um estudo aponta que o uso de medicamentos para TDAH pode aumentar significativamente o risco de colapso mental. As descobertas foram publicadas no American Journal of Psychiatry.

De acordo com a pesquisa, pessoas que usam o Adderall (dextroanfetamina) e outros estimulantes têm 60% mais chance de desenvolver psicose ou mania em comparação com quem não usa esses medicamentos. O risco é ainda maior em doses elevadas.

Estudos anteriores relacionaram estimulantes ao risco de psicose e mania; no entanto, faltavam informações sobre se a dosagem impactava o risco.

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Esses medicamentos atuam estimulando o sistema nervoso, aumentando a frequência cardíaca e os níveis de alerta. Eles elevam os níveis de dopamina no cérebro, o que pode levar a alucinações, delírios e paranoia.

Os autores do estudo disseram que as descobertas não precisam criar alarme, mas devem levar a cautela extra quando esses medicamentos são prescritos, especialmente para aqueles que têm fatores de risco para psicose e mania.

Detalhes da investigação

O estudo analisou cerca de 4.000 pessoas, comparando casos de psicose ou mania com hospitalizações por outras condições psiquiátricas.

Pesquisadores se concentraram em registros eletrônicos de saúde do Mass General Brigham entre 2005 e 2019, com foco em adultos de 16 a 35 anos, a idade típica de início de psicose e esquizofrenia.

Os pesquisadores identificaram 1.374 casos de indivíduos apresentando primeiro episódio de psicose ou mania, em comparação com 2.748 pacientes de controle com hospitalização psiquiátrica por outras condições, como depressão ou ansiedade.

Eles conduziram uma análise comparativa do uso de estimulantes no mês anterior e contabilizaram outros fatores, incluindo uso de substâncias, para isolar os efeitos dos estimulantes.

Eles descobriram que o risco entre aqueles expostos a qualquer anfetamina prescrita era de quase 63% e para anfetamina em altas doses (equivalente a 40 mg de Adderall) era de 81%.

Essas descobertas sugerem que, entre as pessoas que tomam anfetaminas prescritas, oito em cada 10 casos de psicose ou mania poderiam ter sido eliminados se não estivessem tomando a dose alta, disseram os pesquisadores.