Médico confunde câncer com verruga, e homem tem parte do pênis amputado

A falta de higiene é um dos maiores fatores de risco para o câncer de pênis

Um militar britânico teve o pênis parcialmente amputado em razão de um câncer identificado após três erros de diagnóstico. No entanto, a doença já havia se espalhado para outras partes do corpo do subtenente Gavin Brooks, de 44 anos, que mora em Crewe, no condado de Cheshire. Os médicos deram prazo de um ano de vida.

De acordo com informações do Daily Mail, o britânico relatou que não tinha histórico da doença na família e que foi ao médico pela primeira vez em meados de 2021, em razão dos incômodos que sentia. Ele, no entanto, somente recebeu o diagnóstico de câncer de pênis no dia 23 de dezembro daquele ano.

 Médico confunde câncer com verruga, e homem tem parte do pênis amputado
Créditos: Reprodução/Instagram
 Médico confunde câncer com verruga, e homem tem parte do pênis amputado

O primeiro médico diagnosticou a lesão como uma verruga genital, mas Gavin não se convenceu e procurou outras opiniões. “Eu não sabia como poderia ter uma verruga genital, já que estava casado há 20 anos e só tinha uma parceira sexual naquela época, então não achei que eles estivessem certos”, afirma.

O segundo médico sugeriu que Gavin poderia estar com candidíase masculina e prescreveu tratamento com uma pomada. Sem obter melhoras, o militar britânico procurou por atendimento em uma clínica de saúde sexual, onde um dermatologista realizou uma biópsia. O resultado: câncer de pênis.

Vaquinha virtual

O caso de Gavin Brooks ganhou repercussão após uma família fazer uma vaquinha virtual, que já arrecadou mais de R$ 210 mil, com o intuito de ajudá-lo a buscar a ajuda de especialistas.

“Espero conseguir algum tipo de tratamento no exterior que possa ajudar a diminuir o câncer e aumentar minha expectativa de vida, para que eu possa ficar o maior tempo possível”, disse Gavin.

Câncer de pênis causa 400 mortes por ano no Brasil

Segundo levantamento do hospital A.C.Camargo Câncer Center, a média anual de mortalidade por câncer de pênis no Brasil é de 400 óbitos. Esse número se manteve praticamente inalterado entre 2008 e 2018, período em que ocorreram cerca de 5,5 mil cirurgias de penectomia (amputação do pênis).

Em dez anos, ocorreram cerca de 5,5 mil cirurgias de amputações de pênis no país
Créditos: iStock
Em dez anos, ocorreram cerca de 5,5 mil cirurgias de amputações de pênis no país

O estudo teve como base informações do DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde), serviço do Ministério da Saúde que disponibiliza informações sobre o sistema público de saúde.

Apesar de os dados estarem estáveis há uma década, a pesquisa foi capaz de detectar um aumento dos óbitos na região Norte nos últimos anos, estado que, ao lado do Nordeste, estão localizadas as maiores taxas de mortalidade da doença no Brasil.

O câncer de pênis é totalmente evitável e está relacionado, principalmente, à falta de higiene adequada do órgão genital. Os principais sintomas são feridas, manchas e secreção e tem consequências devastadoras, como amputação do órgão e, em alguns casos, há a metástase na região da virilha, que pode causar infecção generalizada no corpo e sangramentos que levam à morte.

Como prevenir o câncer de pênis

Quando identificado precocemente, o câncer de pênis pode ser tratado com técnicas de cauterização, evitando a retirada total do pênis. A prevenção inclui:

  • Realizar limpeza diária com água e sabão;
  • Observar com atenção mudanças na região como surgimento de feridas, manchas e secreção;
  • Usar preservativo, pois, infecções crônicas causadas por ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis), também estão associadas a maior risco;
  • Meninos de 11 a 14 anos de idade — e meninas de 9 a 14 anos devem tomar a vacina anti-HPV, disponível gratuitamente no SUS que também pode prevenir o surgimento da doença;
  • Procurar um médico tão logo os sintomas sejam notados.